sábado, 26 de julho de 2008

Os Aprendizes

Quinta-feira foi meu primeiro dia no novo emprego. Minha função: escrever, vejam só. Não só isso, é claro. Terei que participar de montes de reuniões e resolver zilhões de pepinos e tocar alguns projetos bem sacais. Eu vou ser o responsável, por exemplo, por confeccionar um padrão para a agenda 2009 da firma.

Mas a minha principal função será reportar processos para os diretores da empresa, escrever discursos e fazer apresentações em powerpoint para os executivos. Está longe de ser o que realmente quero fazer, de todo modo, é bem melhor - e mais rentável - do que passar o dia naquela rotina burocrática na parte burocrática do hospital.

As pessoas de lá também parecem bem mais interessantes. Fui até convidado para uma festinha na casa do treinee da área, um garoto meio metido, mas gente boa, daqui a pouco. Chamei a Majô para ir comigo:

- Estou sem saco pra festinhas de adolescentes - ela reclamou.

- Vamos lá, vai ser legal. Se quer saber, o carinha faz bem o seu tipo.

- Ah é?? E qual é o meu tipo?

- Você sabe, ele é daqueles que sabem ou pensam que sabem de tudo sobre tudo. Mas na prática não sabem de nada.

- Eu gosto de tipos assim?

- Sim. E eles gostam de tipos como você.

Ela ficou de me pegar logo mais. Mas pelo tom de voz dela ao telefone, posso prever que o treinee está prestes a ser devorado...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os dedinhos

O JP realmente acha que ninguém tem mais o que fazer além de lamentar das burradas que ele faz. Sim, a Majô e eu ficamos putas com vc. E acho que não só a gente. Ninguém tem mais paciência contigo, não percebeu? Só o teu irmãozinho encostado que comenta os teus posts.

Mas talvez eu não tivesse que te recriminar, afinal todos nós estamos sujeitos a recaídas. Acho que fiquei mais chateada de saber que não vamos mais trabalhar no mesmo lugar, mas sei que vai ser bom pra vc.

Dito isso, não podia deixar esse blog acabar com aquele finalzinho meia-boca felizinho do JP. As coisas não vão nada bem pra mim, e ficaram piores depois que ele saiu do hospital. André e eu continuamos no mesmo lenga-lenga sem emoção. Na cama, então, estamos mais parados do que nunca. Como se não bastasse, ainda tenho que suportar a mãe dele, que chegou ao absurdo de se convidar pra ir ao cinema com a gente outro dia, pode?

Ontem à noite, eu tive um um papo sério com a Majô. Ela me convenceu que só tem um jeito de provar se o André é gay ou não: acertando uma dedada nele. De começo eu achei a idéia absurda, mas acho que chegou a hora de encarar as coisas de frente. Ou de trás, sei lá...

sábado, 19 de julho de 2008

Blog ou amizade?

Faz uma semana que a Bia e a Majô decidiram me ignorar. Não sei se foi de propósito ou não, o fato é que desde que contei a elas do meu momento de fraqueza com Leandra as coisas não foram as mesmas. Eu conheço bem aquelas duas e sei que ambas estão putas comigo, a ponto de me ignorarem por um bom tempo.

E não deixo de dar razão a elas, já que nos últimos dois meses eu fiquei muito chato e quase um ermitão, isolado em casa e fazendo quase nada além de tocar e atualizar o blog. Foram elas que me deram a maior força, e ainda incentivaram o lance com a Cris, que também deve estar revoltada comigo.

Não sei nem se continuaremos a atualizar isso aqui. De certo modo, imaginei que o blog fortaleceria a nossa amizade, com cada um se intrometendo nas histórias do outro, contando a sua própria visão sobre algo ou alguém, protegidos no anonimato da internet e reagindo aos comentários de quem nos lesse sem preocupações com julgamentos. Protegidos, vírgula, porque, não sei como, pessoas próximas como a Leandra e o PH logo descobriram o nosso endereço.

Talvez por isso nenhuma delas tenha postado nada nesta semana. Ou talvez seja tudo paranóia minha. Deixei vários recados na caixa postal da Majô, que decidiu ignorá-los. Encontrei a Bia na terça-feira no hospital, mas ela estava superenrolada e não me deu atenção, graças ao monte de fedelhos que lota os inaladores nessa época do ano.

Para quem acompanha a minha saga, muita coisa aconteceu nesta semana: terminei de vez com Leandra (eu acho), fui convencido pelo PH (ou Pi eight como ele quer ser chamado agora) a montar uma nova banda (tá vendo, Majô!) e recebi uma proposta de emprego, que eu acho que devo a este blog, vejam só! Se este for o final, acho até que pode ser considerado feliz...

sábado, 12 de julho de 2008

A volta de L.

Leandra esteve em casa ontem. Eu nem queria escrever nada a respeito, mas tenho certeza de que ou a Majô ou a Bia iam acabar dando com a língua nos dentes. E tudo o que aconteceu não pára de martelar a minha cabeça, como uma ressaca de bebida falsificada.

Foi a primeira vez que nos encontramos desde o fim do namoro, coincidência ou não numa sexta-feira à noite, em casa.

Ela trouxe uma sacola com uns CDs, livros e tranqueiras que havia emprestado para ela e que eu já considerava perdidos. Mas ela não tinha a intenção de devolver, como pude logo perceber.

Enquanto eu conferia o conteúdo da sacola (os itens mais valiosos eram o Magical Mistery Tour, dos Beatles, e o Agosto, do Rubem Fonseca), ela foi tirando a roupa e, quando percebi (ok, percebi um pouco antes, mas fingi que não de propósito), ela já estava em cima de mim, desabotoando os meus botões.

- Espere - eu interrompi, heroicamente.

- Você tinha razão, João Pedro!

- Eu?

- Sim, não vamos mais falar sobre isso. Vem!

Tentei dizer que nós nem chegamos a conversar sobre assunto nenhum, mas nessa hora a cabeça de baixo já estava no comando. Foi uma transa como outra qualquer que tivemos nesses oito anos de relacionamento, até mesmo a abstinência de dois meses estava dentro da nossa média. Leandra não parou de falar um instante, reclamou que ficou muito mal longe de mim e que havia acabado de saber que bombou mais uma vez no exame da ordem.

É claro que fiquei péssimo depois que tudo acabou, me sentindo o pior dos seres humanos. Ela percebeu e logo retomou a falação. Contou que todos da família dela sentiram falta, a mãe, a irmã e principalmente a sobrinha pequena, que eu adoro.

- Acessava o blog todos os dias para saber de notícias suas - ela disse.

- É? - perguntei, doido para me dar uns tapas na cara.

- Um cara como você não fica sozinho muito tempo. Achei um absurdo essa história da Cris. Estava na cara que você não estava a fim dela.

- Mas eu estava, ou melhor, estou.

- Ai, João Pedro, esse tipo não é pra você. Mulher mais oferecida...

- E o que você acabou de fazer agora, não foi se oferecer?

- É diferente, nós somos namorados.

- Não somos mais.

- Esquece isso, tá? Vamos curtir o nosso momento...

Eu não queria nem achava certo ser rude com ela. Teria sido melhor se eu tivesse feito isso antes.

- Leandra, isso não vai dar certo.

- Como não? Você viu? Eu até emagreci só pra te agradar. Aí você vai poder dizer no seu blog como a sua namorada é gostosa.

- Eu gosto, ou melhor, gostava de você como você era - eu não parava de confundir os tempos verbais. E não havia notado nenhuma perda de peso.

- Eu sei, pisei na bola. Mas eu não fiquei com ninguém desde que a gente se separou, acredita?

- Teria sido melhor ser fiel enquanto nós estávamos juntos.

- Nossa, como você guarda rancor! - ela reclamou, cinicamente.

- Isso não vai dar certo, Leandra - repeti.

Em resposta, ela veio com um longo discurso, que de tão longo eu nem me lembro direito das palavras. Mas a moral da história era que, para a Leandra, eu não sei como são as mulheres hoje em dia. Elas mudaram muito e um cara como eu não saberia como lidar com isso.

- Veja só o exemplo da sua amiga Majô.

- O que tem ela?

- Ela parece o homem daquele blog! Enquanto você e a Bia ficam se lamentando, ela conta vantagens. Até hoje fico com pena daquele menino que ficou meio-mastro com ela.

- Esse cara teve o que mereceu, era um intelectualóide metido a besta. Além do mais, não admito que você fale da Majô desse jeito.

Leandra tentou remediar, dizendo que eu tinha razão, que não ia mais falar mal das minhas amigas. Mas era a mesma ladainha há oito anos, e agora eu estava vacinado, pelo menos contra esse tipo de armação. Ela foi embora pouco tempo depois prometendo voltar, como se nada tivesse acontecido. Mas, sim, algo aconteceu. Definitivamente.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Nocaute

Esse JP gosta de exagerar nos posts dele. O engraçado é que ele nem fala que, na verdade, estava era morrendo de medo da injeção. E todo mundo sabe que pra tomar injeção não é preciso mostrar a bunda toda, só o suficiente para higienizar o local e aplicar a medicação.

Pensando bem, a Majô é que está certa ao não se deixar envolver. Mas eu sei que ela também vai acabar se metendo em uma armadilha tão ruim ou até pior que a minha.

Imaginem só: terça-feira, véspera de feriado, André e eu de folga... tudo perfeito para uma escapadinha num motel... Se o idiota (pra não dizer outra coisa) não preferisse assistir a noite de boxe na ESPN.

"Eu não perco uma luta", ele diz, com um jeito de que está mais é fissurado no corpo dos lutadores. Afinal, que tipo de homem estende no próprio quarto um poster enorme do Mike Tyson?

Ai, JP, acho que vou querer te aplicar uma outra injeção, porque se depender do meu namorado...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

dose única

você desperta do sono sem abrir os olhos,
mas sabe que não está na sua cama.
é outra textura, outra maciez do colchão, outro cheiro.
e tem um braço embaixo da sua nuca.
a posição te incomoda e vc decide abrir os olhos.
e vê ao seu lado um rosto pouco conhecido.
fica observando os traços por alguns segundos,
a curva do nariz, os contornos da boca, os olhos.
repara nas remelas e acha engraçado.
respira fundo.
é hora de levantar.
mas você ainda não quer, está com um pouco de preguiça.
quer preservar por alguns minutos ainda o gosto de cabo de guarda-chuva que tem na boca.
pois sabe que, uma vez de dentes escovados, uma vez de roupa,
uma vez em pé a caminho da porta,
não vai mais voltar.

a Bia insiste em dizer q esse meu pensamento é bobagem. "ele vai te ligar, eu tenho certeza", ela diz. eu tento, mas é difícil faze-la entender que eu não estou nenhum pouco preocupada com isso, que tanto faz, uma vez se bastou. "não é possível, Majô, pq vc fica se fazendo de durona? vc nao gostou do cara?" e tento traduzir pra uma liguagem q talvez ela entenda: "Já ouviu falar em remédio de dose única, dona enfermeira?"

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Bom de cama, boa de seringa

Gripei. É a única explicação que encontro para o fato de não ter atualizado o blog no fim de semana e de ter caído na cama com uma febre de 38 graus (eu sei, é pouco, mas pra mim é o suficiente).

Quando contei para a Majô, pelo telefone, o motivo da minha ausência (do blog e da balada que ela havia arrumado pra gente), ela rotulou a minha doença de síndrome de "tô-com-medo-de-comer-a-Cris". Pode até ser que ela tenha razão, pois quando ela disse que a Cris estava ao lado dela parece até que meu estado piorou.

Pois bem, passei no médico hoje cedo (o mínimo que podia fazer, trabalhando em um hospital). Eu já me sentia melhor, mesmo assim ele (por sorte, não era o Dr. Machado) me receitou uma injeção.

E adivinhem quem estava lá, para aplicá-la?

- Que coincidência! - disse a Bia, quando me viu. - Vamos curar logo essa gripe que eu quero te ver na ativa!

- Espere aí, você não quer que eu...

- Eu preciso aplicar a injeção. E o melhor lugar é aí atrás, acredite.

- Eu não vou mostrar minha bunda pra vc!

- Vai, Jotapê! Sabe quantas bundas eu vejo todo dia?

- Não entende como isso é constrangedor?

- Ora, vai dizer que nunca imaginou que isso pudesse acontecer um dia?

- Imaginei, mas não era exatamente desse jeito, você, com essa seringa...

- Anda, seu pervertido! Vira logo de costas e baixa essa calça. E relaxa o músculo senão vai ficar doendo a semana toda!

- Como se fosse fácil.

- Quer que eu chame outra enfermeira? Ou quem sabe você prefira um enfermeiro...

- Não, não! Vai logo com esse troço. Mas cuidado!

Não posso dizer se ela fez ou não o trabalho direito. Só sei que minha bunda está doendo até agora. Mas a gripe, pelo menos, melhorou.

terça-feira, 1 de julho de 2008

de olhos bem fechados

quando leu aqui sobre a minha crise de consciência e o meu esforço pra ser uma pessoa melhor e mais controlada, a cris me convidou para ir no templo zulai, um templo budista em cotia. "quem sabe meditar nao ajuda?", disse ela toda solícita. eu sei lá. sempre achei isso da cris dizer que é budista meio coisa de gente metida a bacana q mora na vila madalena, só pq ela faz yoga (tem q falar iÔga, senão ela briga). mesmo pq eu sei muito bem q ela nao aplica na vida nada daquelas coisas q os budistas pregam de não ter desejo. te conheço, e bem, dona cris. desejos pulsam dentro da senhora. carnais e de consumo, como aquele de comprar uma casa de vila e pendurar aquele monte de móbiles lindos, dou o maior apoio.

daí, eu nao tinha nada pra fazer no domingo e resolvi aceitar o convite. o lugar é realmente lindo. adorei a arquitetura chinesa. por mim, tava tudo ótimo, tirei várias fotos e várias idéias de iluminacao secundária do lugar. até q ela resolveu q a gente tinha q meditar. fechei os olhos. "nao fecha os olhos" eu faço o q, entao? "shh fala baixo." era pra eu ficar com os olhos abertos - pra não dormir - e prestar atenção no q eu tava pensando. mas, só isso? "se vc prestar atenção no q vc está pensando, vc vai saber oq passa dentro dessa cabecinha", sussurou. mas isso nao é óbvio?

ok, resolvi aceitar o "desafio". e tudo o q passou pela minha cabeça enquanto eu meditava foi: mas que saco! q chato todo mundo quieto. que insenso enorme. será q eles acendem tudo de uma vez? ai, tá meio desconfortável. meu pé vai dormir. será q na lojinha lá fora tem lanterna japonesa? tem um mosquito aqui dentro. sai, sai, não vai grudar no meu cabelo. ai, meu pé. nossa, que moço lindo é esse que está entrando agora? gente! de onde surgiu? senta aqui do meu lado, senta, bebê? isso, segue mais pra esquerda, mais, mais. agora entra na minha fileira. não, caralho, era nessa aqui. viadinho. nossa, ele sabe meditar, ele sentou direitinho, tem bom alongamento. será que é gay? acho q não. ai, meu pé tá dormindo. eu tenho q dar um jeito de falar com esse cara, ele deve conhecer várias posições. q dor. não vai acabar logo isso aqui? caramba. o cara já tá indo embora. puta que o pariu. e agora? ai, meu deus. acaba logo! filha da puta, a cris dormiu!!!!!

- acorda, sua louca!
- ã? oq? desculpa.
- meu pé qse gangrenou!
- conseguiu meditar?
- meditei tanto q tive uma visão do amor da minha vida. só q vc dormiu e ele foi embora.
- ã?
- deixa pra lá.

sábado, 28 de junho de 2008

Síndrome do pânico

- Jotapê, cadê você? - era a Bia, no telefone.

- Tô sem idéia pra atualizar o blog.

- Esquece o blog e vem pra cá! A Cris tá aqui.

- Eu sei, a Majô disse que ela ia.

- Então?

- Não sei, fico aqui pensando... e se as coisas não derem certo entre a Cris e eu? Será que eu vou ter coragem de contar no blog?

- A Majô vai te encher o saco se você não contar com todos os detalhes...

- A Majô é .

- E você é um medrosão! A Cris não morde! Quer dizer, pode até morder, mas isso aí é com vocês.

- Não vê que eu estou passando por uma fase difícil?

- Ai ai... E ainda fica pegando no pé do André, hein? Ele pelo menos aparece e está aqui, já você...

- É diferente. Minha masculinidade não está em jogo. Estou um pouco inseguro, passei oito anos namorando uma pessoa, o que você queria?

- Eu? Que você viesse aqui curtir com a gente e esquecesse a Leandra de uma vez.

- Não sei. Acho que prefiro atualizar o blog, por enquanto.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quero ser má!!

Há gente que acha bonito ser ingênuo, considera uma virtude. Alguns caras que até têm tesão por isso. Eu, sinceramente, acho uma babaquice só. É óbvio que não me refiro à ingenuidade de uma criança, porque ai é diferente. To falando da ingenuidade de adulto mesmo. Pra mim, isso não existe, de duas uma: ou a pessoa não tem porra nenhuma de ingenuidade e é só fingimento ou o lance tem outro nome, chama-se trouxisse.

Infelizmente eu me enquadro na categoria desse tipo de trouxa, babaca, gente que é passada pra atrás, gente sem “malícia” no teor não-sexual da palavra. Desde a escola foi assim comigo. Eu sempre colocava o nome de algum folgado em um trabalho que tinha feito sozinha e quando eu precisava do mesmo favor, nunca rolava, porque todo mundo já estava com os grupos lotados.

E o pior que não aprendi com isso. Continuo otária. É comigo que as pessoas vêm falar primeiro quando querem trocar de plantão. É pra mim que a minha mãe pede pra buscar pão no frio. É só o meu carro que o meu irmão pega sem pedir. É a minha intimidade que o Jotapê faz questão de expor aqui quando não tem nada da vida dele pra contar. É a minha saia que a Majô devolve fedendo a cigarro, porque as roupas da Cris ela sempre lava antes de devolver.

Ai, to de saco cheio de mim. A Jú tem razão, não tenho critério e gosto de todo mundo. Sei lá, acho que as pessoas não têm maldade, que todo mundo é meu amigo.

Se chega um bandido no hospital, é a Bia que eles mandam. Até que essa semana aconteceu o pior: um deles passou a mão em mim! Chorei de raiva. Não me perguntem por que não xinguei ou soquei os pontos dele. Simplesmente sai chorando. Precisou um filho da puta desses me lembrar que tenho bunda, porque se depender do meu namorado... mas essa é outra história, que continua em suspenso até que eu tenha algo digno pra escrever aqui. Uma decisão de verdade.

sábado, 21 de junho de 2008

Picapau amarelo

- Sabe uma coisa que eu notei? - disse a Majô, ontem à noite, enquanto assistíamos a um filme com o André Valli, o agora saudoso Visconde de Sabugosa da primeira versão do Sítio (que eu nem me lembro de ter assistido, mas tudo bem), no Canal Brasil.

- O quê? - perguntei, sem muito ânimo para dar corda, porque quando a Majô começa com as teorias dela, sai de baixo.

- Acho que eu sei porque nós três somos tão amigos, você, a Bia e eu. Nós estamos sempre de mau humor.

- Ah é?

- É, você já fez um flashback dos nossos posts no blog? É só desgraça.

- Me desculpe se eu acabei de terminar um namoro de oito anos e não sou a pessoa mais feliz do mundo...

- Não estou dando bronca. Tá vendo? A gente encara tudo sempre do pior modo possível.

- Não sei, tenho uma outra teoria. Acho que nós somos amigos justamente porque somos bem diferentes um do outro.

Ela me olhou de um jeito meio incrédulo, como se eu fosse incapaz de fazer qualquer raciocínio mais elaborado como esse.

- E o que nós temos de tão diferente, Jay Pee???

- Ora, veja a Bia. Tão bem resolvida, trabalhadora, madura... e se envolve com um cara que nós dois sabemos que parece ter outras preferências...

- É. Eu no lugar dela já teria tirado ele à força do armário.

- Pois é. Mas eu também não tenho muita moral. Estou aqui sem saber o que fazer da vida, sozinho, num emprego chato...

- Você não tem atitude, Jotapê. Conheço várias garotas que ficariam caidinhas por você. A própria Cris já me disse que é a maior fã dos seus posts...

- Sério? A Cris é bem gata, você bem que podia agitar...

- Mas, e eu?

- Você o quê?

- Não vai falar nada de mim? A Bia é uma madura sonsa, você um frustrado. E eu, qual o meu defeito?

- Ora, Majoca, você sabe. Nem preciso dizer que o seu jeito de ser é um pouco... como posso dizer... cruel?

- EU, CRUEL? Que culpa eu tenho de ser expansiva e dizer o que me der na telha?

- Você faz mais do que isso. Às vezes eu me pergunto por que você sempre corre atrás de caras como o filho do caseiro e o intelectualóide. Tenho certeza que esse cara está traumatizado, e meio-mastro, até hoje por sua causa.

- Será? Ai, essa eu pagava pra ver!

- Tá vendo? Eu falei, isso é crueldade!

- Puxa, será que você tem razão? Será que todos me odeiam, até no blog?

- Não sei. Só sei que eu ia escrever um post sobre o Visconde de Sabugosa e o filme de hoje. Mas agora você estragou tudo.

- Isso não foi maldade minha. Acho que nesse caso eu te fiz até um favor.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

thinking twice

EU NÃO TE AMO MAIS!!! foi o que eu gritei para o Anderson antes dele deixar o nosso apartamento de vez. foi da boca para fora, mas ele acreditou e não teve mais volta. a essas e outras atitudes impulsivas devo grande parte das minhas tantas cabeçadas. depois q a Bia andou me falando umas verdades essa semana, pq eu reclamei q nada dava certo, veio de repente na minha cabeça uma sequência gigante de flashbacks de muita coisa q fiz do genero por aí e só me ferrei.

* quando joguei fora todas as fotos minhas com o PH (tinha cada relíquia d'Os Lanternas);
* quando larguei do emprego de cenógrafa/iluminadora de shows só pq eu nao ia com a cara da bicha do produtor (hj eles estão produzindo várias turnês na Europa e eu pastando num escritoriozinho de arquitetura de merda);
* todas as vezes q ri na cara do filho do caseiro q dizia querer um dia casar se comigo (logo depois ele engravidou outra, casou e fez outro filho);
* o dia em que olhei para o bilau do intelectualóide e disse "que brinquedinho bonitinho" (será por isso q ele ficou meio-mastro pra sempre?)
* as vezes q bebi demais e acordei em lugares q nao lembrava como fui parar (nessas já perdi celular, documento, dinheiro e vários acessórios).

a lista é longa... e eu resolvi seguir os conselhos da Bia - pelo menos tentar - de me controlar. só q essa coisa de guardar pra mim, sei lá, viu? não é muito da minha natureza. a primeira "oportunidade" já foi na terça, qdo saí pra tomar um chopp com o pessoal do escritório e um tio que estava na mesa de trás inclinou a cadeira pra puxar um papinho muito besta e inconveninente comigo. minha vontade era dizer: "cuidado, que nessa idade, se cair e quebrar, depois não cura mais". mas fiquei na minha. não ganhei nada tendo paciência. do contrário, perdi tempo fingindo ser educada e o gato da mesa da frente, que eu estava paquerando mesmo desde que cheguei, foi embora sem eu nem sequer ter chance de dizer um "oi".

terça-feira, 17 de junho de 2008

Apatia

To chateada. Se pudesse, ficaria só na minha caminha vendo TV. Mas não to chorosa, irritada ou puta da vida. A maior prova disso é que o Jotapê não ficou com um olho roxo, com o braço quebrado ou estéril depois daquele post. Eu dei o anel e ele pegou o braço todo, escrachando minha vida, minha intimidade (ou a falta dela) aqui no blog.

Mas querem saber? Que se foda! Não to nem ai. Por pouco o André não descobriu o blog outro dia, quando a minha amiga Jú soltou um comentário a respeito de um texto daqui na frente dele enquanto a gente tomava um lanche na cantina do hospital. A sorte (ou será azar?) foi que ele tava tão empolgado elogiando os dotes culinários da mamãezinha dele que nem prestou atenção. As vezes, eu acho que seria melhor que ele lesse tudo isso de uma vez, já que não tenho coragem de abrir o jogo sobre nossos problemas.

Nem tudo é perfeito. Na verdade, sei que é tolice pensar que as coisas seriam perfeitas, mas enfim, sou uma idiota sonhadora. Caiu a ficha de que um perfil de homem ideal (bonito, bem sucedido, gentil) pode ser uma grande arapuca, pois a gente não se prepara pelo que vem pela frente: no meu caso, uma sogra pentelhas e o pior, uma vida sexual morna.

sábado, 14 de junho de 2008

Men's Health

Estava tão concentrado - talvez deprimido, afinal era dia 12 e eu, primeira vez em muitos anos, estava sozinho - no trabalho que até me assustei ao me deparar com a visão daquele branco na minha frente. Era a Bia, que com aquele uniforme impecável bem que podia fazer propaganda de sabão em pó.

- Preciso falar com você. Na verdade, preciso de uma opinião masculina - ela disse, chamando a atenção dos outros caras do escritório.

- Ela falou UMA opinião - respondi, na direção deles.

Fomos tomar um café e escolhemos a mesinha do canto, apropriada para conversas íntimas.

- Sabe o que eu contei naquele post? Aconteceu de verdade! - ela falou, preocupada.

- E o que você quer que eu diga? Não estou mais a fim de levar bronca pela internet.

- Vai, deixa de frescura. O que você achou? Só escrevi pra saber se alguém já tinha passado por isso, mas ninguém comentou. Será que o problema é comigo?

- Espera aí, eu sempre deixo um comentário nos seus posts. E o problema não é com você, nem com ele, eu acho. Deve ter sido só um momento de fraqueza. Além do mais, vocês estavam em um restaurante, não é o lugar mais apropriado...

- Mas a moleza continuou! Inclusive no carro, quando começamos com os amassos.

- Bem, pode ter sido uma noite de fraqueza, o que também não chega a ser um absurdo.

- Mas não foi só nessa noite. Sempre que eu tenho uma oportunidade de conferir o estado dele, a situação é a mesma.

Olhei para ela sem saber muito o que dizer, mas não queria simplesmente queimar o filme do cara e estragar o começo de um namoro promissor. Tomei um gole grande de cáfé e continuei:

- Vocês já estão juntos há algum tempo, como é o desempenho dele?

- Não sei.

- Como assim, não sabe? Vocês nunca...

- Claro que já! Mas só uma vez, lá em Campos...

- Puxa, isso sim é preocupante. A média está pior do que minha. Mas era a Leandra quem me evitava, e não o contrário. E nós já tínhamos oito anos de namoro! Mas deixa isso pra lá e me conta: como foi dessa vez?

- Foi bem romântica. O chalé, os chocolates, o friozinho...

- Sei, sei... mas e ele, como foi?

- Ah... difícil dizer, foi legal. Tomamos uma garrafa de vinho naquela noite, e você sabe que quando eu bebo...

- Entendi.

- Então, estou me sentindo um lixo. Será que ele não sente tesão por mim?

- Bia, sinceramente não sei qual é a do doutor. Mas seja o que for, pode ter certeza de uma coisa: a culpa não é sua. Você é uma mulher linda e, com todo respeito, ou melhor, nem tanto, muito gostosa! Ainda mais com esse uniforme. Se eu estivesse no lugar do Machadão, pode ter certeza de que não perderia tempo para conferir o que você esconde por trás desse jaleco.

- Jotapê, você é um tarado!

- Tudo bem, eu me empolguei. Mas no seu atual estado, vou interpretar isso como um elogio...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

pra não dizer que não ganhei flores

a minha chefa tem seus momentos sargento, mas ela é legal.
ela é uma solteirona convicta, dessas workaholics, que levam o trabalho super a sério, dão bronca, exigem e tal. mas ela não é o tipo mal humorada. tem personalidade forte e tudo, se impõe, mas não é do tipo amarga, nem sapata. aliás, dizem q ela é devoradora de menininhos na internet. hehehe

e o engraçado é q ela chefia uma equipe q só tem meninas encalhadas a espera de um marinheiro valente que as tire do ancoradouro, entre elas, eu. nos momentos mais descontraídos, ela sempre tenta nos desiludir, fala pra gente sair por aí catando todos, enfim. ela é a favor de liberar geral.

qdo uma de nós chega no escritório reclamando que "fulano não ligou", ela dá risada da nossa inocência, escurraça com nossa imaturidade e sempre solta alguma frase cínica acabando mais ainda com nossas esperanças, o que dói, mas é engraçado..

mas ontem, dia dos namorados, ela resolveu fazer uma caridade um pouco na contra-mão de tudo o que ela diz, e foi o máximo. ela encomendou flores pra todas nós, que foram entregues no escritório, com um cartãozinho escrito: "Feliz daquele que for seu namorado". e contratou um moço lindo-lindo-lindo pra entregar. hahahahah

foi um verdadeiro frisson no escritório. até o moço se divertiu, entrou na brincadeira. mas ficou por isso mesmo, lógico.

e depois foi demais voltar pra casa andando na rua com aquele buquesão de flores, entrar no metrô com todo mundo achando q tem alguém muito brega e totalmente apaixonado por mim.

ai, ai!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Dieta frustrante

Ando meio atrapalhada com prazos e datas. Estou atrasada para postar aqui (sorry, Majozinha) e acabei comemorando o dia dos namorados ontem: o André está de plantão essa noite e eu não consegui mudar de jeito nenhum o meu plantão de amanhã. É aquele esquema de lei de Murph, sabem? Mesmo que o mundo esteja repleto de encalhadas, justamente as duas enfermeiras que poderiam trocar o dia 12 comigo têm namorado. Enfim, comemoramos ontem mesmo. Até ai tudo bem.

Comprei um vestido super legal e mega caro numa loja lá no Cidade Jardim. Fiquei pensando que a própria Carrie do “Sex and the City” o usaria. É meio verde escuro, pra Majô é azul petróleo, mas tudo bem. Deixando todos os meus complexos de lado, acho que eu tava bem legal. Gostosa, sexy e charmosa.

Fomos a um restaurante de foundi lá no Morumbi. Bem romântico. Trocamos presentes. Dei a jaqueta e ganhei uma pulseira de ouro, tipo um braceletezinho, super linda. Algumas taças de vinho depois eu comecei a tentar excitar o cara, falar umas bobagens sensuais, fazer caras e bocas. Até que soltei aquela que os caras geralmente amam: revelei que estava sem calcinha. Alguns beijinhos depois (coisa discreta, afinal a gente tava num restaurante), coloquei a mão lá e para a minha surpresa: estava mole! Achei estranho, mas ignorei.

Na hora de ir embora, eu louca para seguir pro motel, o André vem com essa: Ah, amor, to tão cansado.... Me deixou em casa e pronto, fiquei a ver navios. Ao mesmo tempo que tenho certeza que ele é hetero, as vezes ocorrem umas coisas estranhas com ele, tipo essa aí de ontem. Será que ele tem outra? Será que é por que não come carne?

sábado, 7 de junho de 2008

Alien x Predador

Eu realmente não sei como funciona essa história de relação com ex. Talvez agora que tenho uma ex eu venha a descobrir, mas não quero mais falar de ex, pelo menos não da minha. E como também não posso falar da Bia e do via..., quer dizer, namorado dela, só me resta contar um pouco sobre o meu irmão mais velho.

Sim, pode não parecer, mas o PH tem três anos a mais do que eu. Devo admitir que fiquei puto quando ele bateu na porta de casa com as malas na mão, nove meses atrás, dizendo que precisava de um lugar para ficar depois de levar um pé na bunda da garota com quem morava.

Mas agora, passada a dura fase de adaptação, posso dizer que até gosto da companhia dele, a não ser quando ele volta a se comportar como um moleque de 12 anos, o que acontece quase sempre.

- Gostou do papel de idiota que você fez com a Majô? - perguntei a ele.

- Você não entende nada sobre mulheres - ele disse. - A Maggi e eu sempre tivemos esse lance violento.

- Vocês namoraram na adolescência, pelo menos na adolescência dela! E dessa época ela guarda muito mais lembranças do filho do caseiro do que de você.

- E a Leandra, guarda mais lembranças de quem?

Quem me conhece sabe que sou um cara sossegado, mas não gosto que pisem no meu calo. E a provocação do PH foi um verdadeiro atropelamento.

Por isso, nem me surpreendi ao me pegar atirado no pescoço dele, no chão de sala, num golpe mais eficiente do que qualquer um dos que ele aprendeu agarrando outros homens na aula de jiu-jitsu.

Enquanto ainda lhe restava um pouco de ar, ele pediu desculpas. Depois de soltá-lo, eu fiz o mesmo. Ficamos nos encarando por um bom tempo calados, até quebrarmos o cluma com uma grande gargalhada.

Não sei porque ele riu, mas eu pensava em tudo o que passamos juntos nesses 24 anos de convivência. E concluí que o PH, assim como eu, é apenas um cara incompreendido. Se não ajudarmos um ao outro, quem é que vai?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

golpe dolorido

chego no apartamento do JP, mas quem atende é o PH.

- e ai? cadê o JP?
- tá no banho.
- não vai sair da minha frente?
- passa por cima.

olho com cara de tédio, mas ele não pega a mensagem. resolvo ultrapassar a barreira q ele fez com o braço na porta, mas o filho da mãe me segura, depois me derruba no chão enquanto esperneio e ele aplica o seu mais novo golpe q aprendeu no jiu-jitsu.

- presa fácil.
- me solta, seu viado. tá doeeeendo.
- quero ver vc sair dessa agora, Majozinha.

ele ri todo sádico, até q eu mordo forte o q eu consigo ver pela frente. primeiro, ele finge que não sente nada, depois me solta como um bebê chorão:

- poxa, isso não vale. que dentinho, hein?
- que imbecil, tá querendo provar oq? e pq vc tá de regata nesse frio? q ridículo.
- vc tá muito bravinha, majô. só tem encontrado meio-mastro por aí?
- rá-rá-rá! pelo menos eu saí da fase "porta".
- não entendi.
- deixa pra lá.

o PH é meu primeiro ex-namorado. mas pela amizade q tenho com o JP e com toda a família, acabou q não deixamos de ter contato. a época de estranhamento passou e, hoje, pra mim, o PH é como um irmão. um mala, mas um irmão.

outros namorados que tive também entraram para a lista de amizades. uns mais próximos, outros menos, umas amizades se confundiram e não deram certo, outras são legais ainda hoje. e são amizades mesmo, pq são caras legais, com quem a afinidade ainda permanece, existe afeto, respeito e um entendimento de que "já foi a nossa vez". mas não consigo ainda ter isso com o Anderson. e não sei se vou conseguir um dia ter. isso me incomoda, me machuca bastante. justo ele q eu conheci melhor, com quem eu dividi mais coisas. até o teto. não sei porque ele cultiva esse tabu. eu só queria poder ligar, dizer "oi, tudo bom?" ou "e aih, seu viadinho?" e ser bem recebida e ser interpretada da forma certa. só que não vejo nenhuma abertura. isso tá doendo mais q o tal do mata-leão q o PH me deu.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Amigos ou inimigos, eis a questão

Amizade é uma coisa engraçada. E não estou me referindo a todas aquelas coisas meigas que vivem nos mandando em e-mails no PowerPoint, quero tratar do lado negro da amizade. Amigos podem ser ciumentos, possessivos e até invejosos. E o pior: amigos de verdade são sinceros, não têm papas na língua e nos dizem o que pensam, muitas vezes nos magoando mais que os próprios inimigos.

Tenho passado por isso ultimamente. A Majô vive cobrando a minha presença e nunca reconhece o esforço que faço pra dividir meu tempo entre três empregos, família, namorado e ela. E ao invés de aproveitar nossos momentos juntas, ela passa metade do tempo brigando comigo, cobrando minha presença e me criticando, seja por causa do meu relacionamento chiclete ou da minha franja “mullet”, ou sei lá como ela chamou meu novo corte de cabelo.

Com o Jotapê, tem sido a mesma coisa. Por mais que eu me esforce para apoiá-lo e consolá-lo, ele sempre vem com duas pedras na mão. Se falo bem da Leandra, sou desnaturada; se falo mal, ele vem com aquela história do “não era bem assim”. Se o chamo pra festinhas, ele diz que não tá preparado; se alugo uns filmes, reclama que não quer ser tratado como doente. Mas o pior de tudo é ele me agredir pra se defender, tentar comparar o meu relacionamento com o dele e colocar defeitos no André o tempo todo sem ao menos dar a chance de conhecê-lo melhor. Essas coisas machucam demais. Eu tento relevar, pensar que ele não está bem, mas não estou agüentando mais.

Uma coisa é ouvir seus amigos dizerem duras verdades ou simplesmente o que pensam ser verdade na sua cara. Isso é foda, mas está no pacote da amizade. No entanto, o que tem mais me chateado ultimamente é eles exporem suas coisas, seus defeitos e traumas aqui no blog, pra todo mundo ver. Esses dois precisam entender que cada um tem seu tempo, nem tudo é público e tem várias maneiras de ser corajoso. Um conselho que eu sigo sempre é: nem tudo que é bom para mim é bom para os outros.

sábado, 31 de maio de 2008

O que sobrou do céu

Aqui estou eu, sozinho, depois de oito anos de namoro. Estava certo de que, em algum momento, a Leandra me ligaria, como costumava fazer quando brigávamos. Mas nada. De qualquer modo, não tem mais volta, nem teria se ela ligasse, eu acho.

Não sei, a sensação que sinto deve ser a mesma do cara que pisou na lua pela primeira vez - depois de uns cinco minutos. Eu imagino o austronauta lá, naquele lugar vazio imenso e sem porra nenhuma pra fazer. Pois bem, meu coração é a lua... (putz, essa foi pior que o clipe da Majô).

Sim, todos nós temos o nosso pé no brega. A própria Majô nunca se conformou pelo fato de eu gostar de uma garota que gosta de música sertaneja. Ela tem razão, até certo ponto. Foi mesmo um sacrifício enorme ter de levar a Leandra pro rodeio de Barretos. E duas vezes! Quase fui expulso d'Os Lanternas por essa heresia. Se soubesse, teria mandado ela ir com o filho da puta do baterista...

Mas eu aprendi que as coisas funcionam assim mesmo. Você acaba se apegando justamente às imperfeições da pessoa, e não às qualidades dela. No final do namoro, Leandra e eu quase nem transávamos mais, mas agora só de lembrar daqueles peitos meio caidinhos dela sinto um puta tesão.

Agora, a Majô e a Bia vêm com esse papo de me levar a festas e conhecer novas pessoas, o que eu sinceramente agradeço. Só não sei se ainda estou preparado para isso. Quer dizer, será que dá pra imaginar como vai ser estranho ficar com outra garota depois de tanto tempo? Não que eu não queira, só não sei como vai ser, o que fazer e como reagir. E a garota, naturalmente, não tem nada a ver com a minha piração.

- Isso aí não é piração. É medo. Você é um puta medroso, Jotapê! - acusou a Bia.

Talvez você tenha razão, mas pelo menos tenho coragem suficiente para expor isso aqui, no blog. Será que você também vai fazer o mesmo com o doutor machão? Ele parece bem apressado em te apresentar para a mamãe dele, agora e para "fazer" papai-e-mamãe, hein?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

papéis invertidos

quando a gente entra numa espiral de bizarrices é difícil sair. e porque eu sou teimosa, e porque não me controlo, despenquei de novo até a fazenda da minha madrinha no feriadão passado, mesmo sabendo que os meus primos não iriam e que ela tinha uns assuntos pra resolver e não me daria muita atenção. fui com a desculpa de descansar, cavalgar, mas na verdade com a intenção de rever o filho do caseiro. mas pro meu azar (ou sorte, ou praga da Bia) ele não estava lá. ele pediu uma folguinha pra ir com a família visitar sei lá quem e a minha madrinha deu. cruzes! foi fazer oq? foi trocar um porco por uma enxada?

na minha cabeça, como tudo gira em torno de mim, lógico que ele não estava lá porque descobriu que eu iria e não quis me encarar - era o que eu tentava acreditar para me sentir talvez um pouco mais importante. e por causa disso entrei num parafuso danado, me sentindo um nada, rejeitada, sem minha prima pra conversar, desabafar, chorar as pitangas, sem ao menos um shopping pra eu comprar uma bota nova e dar uns chutes no ar com ela, fiquei literalmente a ver navios nuns dias irritantemente lindos, de céu azul, porém inúteis e sem sentido pra mim.

me restou a Darlene, cozinheira de lá há anos q conheço desde criança. ela adora ouvir rádio AM enquanto cozinha e conta sobre a vida dos outros. o papo tava bom, mas o som já tava me irritando quando, eis que toca uma música sertaneja que, desculpa, Jotapê, me fez lembrar de você, da sua situação com a Leandra, e por um momento eu ri. minto, eu ri até q bastantinho, de tanto q a letra se encaixa na história. porém, não sei porque, quando a música foi chegando no finzinho, acho q me senti culpada por um monte de coisa, inclusive de ter rido do Jotapê e de nao estar aqui nem pra dar uma força a ele, mas principalmente por estar ali no fim do mundo para representar justamente o papel inverso, um papel besta, egoísta, abominável e ingrato de ser "a outra", e eu entrei num surto ridículo de choro sem parar. "eu te entendo, filha. eu te entendo", consolava a Darlene sem fazer a menor idéia (espero, aiaiai) do que estava acontecendo. "come um doce q passa"

Eis a tal música:

De igual pra igual, Matogrosso e Mathias

terça-feira, 27 de maio de 2008

É apenas uma data comercial

Sim, estou apaixonada. Sim, estou feliz como nunca estive. E daí? Isso não me torna culpada pelo fato de meus amigos estarem na merda e também não me faz trepudiar sobre a desgraça alheia. Fiquei triste pelo coração partido do Jotapê, mesmo que venha no reboque de anos de um namoro “nada a ver”. Também odeio o fato da Majô não ter desencanado de um peão que mal fala português e não está nem ai pra ela. Mas não consigo impedir que eles vejam meus olhos brilhando. Eu gostaria, mas não consigo. Há tempos parei de contar meu “bla bla bla romântico” (como o Jotapê descreveu) porque sei que é ruim ficar ouvindo historinhas alegres de casaizinhos apaixonados quando você está na pior. Já passei por isso. Outra coisa que eu gostaria de banir do mundo pra poupar meus amigos são essas propagandas referentes a 12 de junho. Outro dia uma amiga minha, solteira obviamente, me contou que mandou a operadora de telemarketing da Vivo à merda quando a mulher começou a falar que de um excelente plano de celular chamado “Dia dos Namorados”. No entanto, ao mesmo tempo, não sei como lidar com o fato da Majô achar o presente do André no meu carro, ou com o Jotapê escutando meu celular apitar com mensagens do meu namorado enquanto a gente toma um café na cantina do hospital.

Mas enfim, apesar de eu estar amando e viver sonhando com aqueles olhinhos puxados do André, preciso dizer que nem tudo tem sido um mar de rosas. Sábado, o encontro com a dona Irene, a mãe dele, foi um total desastre. Resumindo: ela é uma grã fina metida à besta. Olha o elogio escroto que ela me fez, se é que isso é um elogio: “Essa sua calça até que é bonita apesar de eu não conhecer a marca, embora destaque um pouquinho os seus quadris”. Vaca. Sou mulher de verdade, trabalho pra cacete e não tenho tempo nem duas empregadas pra ficar fazendo academia o dia inteiro e colocando botox. Ah, a boca dela, a propósito, ta pior que a da Marta Suplicy. Ta praticamente a Marge Simpson.

sábado, 24 de maio de 2008

Down em Mim - parte II

...Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não é isso que diz aquele velho deitado, Bia? Quando a Majô decidiu criar o Tomebota, nossa amiga enfermeira era uma das mais animadas. Claro, ela não tinha nada a perder. Mas agora que se diz apaixonada (uma paixão platônica, na minha opinião) pelo médico mais manjado do hospital, ela reluta em escancarar aqui suas historinhas...

...Enquanto isso, a Majô me chama de bolha. Vejam só, logo a Majô, que se diz tão "pra frentex" e descolada, acaba sempre perdendo a cabeça (e outras coisas também) por tipos bem piores que bolhas...

...Por que estou agredindo as minhas amigas? Não sei, acho que foi uma forma de dizer que todos temos as nossas fraquezas. Foi assim com Leandra. A culpa foi minha, eu admito. Realmente, não tive noção do ridículo. Tudo bem, pode atirar a primeira pedra quem tiver coragem...

...Não, eu não tive culpa por não perceber que Leandra havia me chifrado com o baterista da minha quase famosa banda da faculdade. Nem mesmo quando ela confessou, naquela mesma fatídica noite de sexta-feira, nua na minha frente, que além dele havia dado para outro cara, e há bem menos tempo...

- O quê? O Edmilson? Puta que pariu, aquele idiota do cursinho pro exame da ordem?

- Eu sei, dessa eu me arrependo até hoje. E o pior é que ele passou e eu não...

- Você não entende o quanto você foi filha da puta, Leandra?

- Olha, eu sempre imaginei que você tivesse os seus casos por aí. Eu nunca quis saber de nada, e achei que você pensasse o mesmo. Além do mais, o nosso namoro estava gelado há muito tempo, você escreveu isso até naquele seu blog ridículo.

- Tem razão. A culpa não é sua. Talvez a gente possa recomeçar tudo e...

- Não, João Pedro. Isso seria humilhação demais até pra você, não acha?

- Eu não me importo com o que os outros pensam.

- Mas eu me importo com o que eu penso. Você é um cara legal, bonito, talentoso, mas se tornou uma outra pessoa de uns tempos pra cá. Acho que a culpa foi minha mesmo, mas eu sou assim. Quero um cara certinho, com um emprego fixo, plano de saúde, cesta básica...

- E eu não sou esse cara?

- Não, eu quis te transformar nesse cara, o que não foi certo, eu sei. Só não venha me culpar por ter transado com outros caras durante o nosso namoro. Eu pensei que a gente fosse se casar, ter filhos, eu precisava ter outras experiências.

- Sim, mas agora que você já teve essas experiências, nós podemos ficar juntos, de verdade.

- Não, queridão. Eu não quero mais, não entendeu? Um dia você vai me agradecer por isso.

Pois bem, não quero esperar nem mais um minuto, porque isso está entupido na minha garganta: obrigado, Leandra.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

abstinência

oco, oco, oco.
falta alguma coisa.
faltam várias.
nao sei por que estou postando. nao tenho nada a dizer mesmo.
acho q estou postando só para preencher o vazio.
meu, do blog, da falta do que fazer, da ausencia da Bia.
mas de que adianta preencher um vazio com nada?
alarga mais ainda o buraco.
e a gente vê um amplo panorama de ausencia geral.
kd a Leandra q a gente adora falar mal?
kd o pau?
só tem oco, vazio, ausencia, falta, zero, nada, sem.
nem comentários têm.
nem consolo.
nem nada.

sábado, 17 de maio de 2008

Down em min - parte I

Sábado, 17 de maio, 9h30 da manhã.

O telefone toca:

- Onde você está? - Era a Majô.

- Como assim, onde eu estou? Não sabe pra onde ligou?

- Quero dizer, cadê o seu post no blog?

- Ah, é isso... Não estou a fim de escrever nada.

- Sai dessa, amigo! Vai ficar assim, sem fazer nada, até quando?

- Eu estou bem, Marjorita. Trabalhando, dormindo, comendo, curtindo a minha vidinha de solteiro...

- Acorda, Jotapê! Você não tem vidinha de solteiro. Nem de solteiro nem de namorado da Leandra. Acabou!

Ela tinha razão. Tudo o que eu fazia desde a sexta-feira passada era esperar o chamado do telefone. E não exatamente por uma ligação da Majô...

 

Sexta-feira, 9 de maio, 9h30 da noite

Alguém bate à porta:

- Oi, queridão - diz a voz de Leandra, do outro lado.

Foi PH, meu irmão, quem atendeu. Ela o cumprimentou com falsidade (Leandra odeia o PH) e tratou logo de me puxar para o quarto. Leandra e eu quase não nos encontramos nos últimos tempos, e recentemente ela parecia interessada apenas em transar e mais nada.

Mas do que eu estava reclamando, afinal? Esse não era o sonho de qualquer homem? Provavelmente, sim, se eu não a conhecesse o suficiente para saber que havia algo errado. Ainda mais depois dos mais de quatro meses que ela me deixou na saudade.

Mal fechei a porta do quarto e ela começou a tirar a roupa. Depois veio pra cima de mim. Estava um pouco acima do peso, a Leandra, mas nada que me fizesse perder o interesse por ela ou mesmo me deixar a meio mastro ou coisa do tipo.

- Espere aí, não vamos começar com isso de novo. Não sem antes a gente conversar a sério. O que há de errado? Você não é assim - eu disse.

- Nem você. Vai negar fogo, agora?

- Não é isso, você sabe.

- Vamos lá, João Pedro. Desembucha! O que você quer que eu diga?

- Você sabe. Eu sei que está me escondendo algo...

- Ora, deixe de ser ridículo! Quer que eu confesse o quê? Que dei uns beijos no Gaguinho na época da banda? Todo mundo sabe disso, inclusive as suas amiginhas "Tomebota"!

- C-Como? - gaguejei, involuntariamente. - Você ficou com aquele baterista idiota enquanto a gente namorava?

- João Pedro, eu namoro com você desde que eu me conheço por gente. E eu não fiquei com ele, não. Eu DEI pra ele! Exatamente o que estou tentando fazer agora com você, aqui, pelada! Será que dá pra esquecer isso de uma vez e tirar essa roupa também?

 

Sabado, dia 17 de maio, fim de tarde.

Tudo bem, confissões demais pra um dia só. Querem saber, até agora não doeu relembrar o que aconteceu. Será que estou curado?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

o que nos resta é uma festinha

meu deeeeuusss!!! qta turbulência.

depois da notícia de q JP e Leandra terminaram, eu queria falar a sós com a Bia, pra saber como a gente ia poder ajudar nosso amigo. mas quem disse q eu encontrava essa mulher? acabou q a gente conseguiu almoçar juntas rapidinho na segunda. mas quem disse q falamos do JP? Ela resolveu me dar uma bronca atrasada por causa da minha recaída com o filho do caseiro. ela falou tanto no meu ouvido q não consegui me defender e lá se foi nossa hora de almoço.

mas agora eu vou dizer tudo, tá? Bia, entenda o seguinte: eu sei q ele já me fez sofrer demais. mas ele foi o meu primeiro amor. qtas vezes preciso te explicar isso? aquela coisa bonita e inevitável de criança aprontona, a gente se encontrando todas as férias, passando dias inteiros juntos, brincando no mato faz parte da minha história. primeiro beijo, primeira transa. deu no q deu. até hj qdo encontro com ele, eu estremeço. mesmo sabendo q ele leva uma vida q jamais vou acompanhar. e q eu levo uma vida q jamais ele vai acompanhar. mesmo sabendo q hj ele já está casado, com filhos e feliz (droga!). é feio me deixar levar por esse sentimento, passar por cima de um monte de coisas. é um sentimento egoísta e canalha. mas eu estremeço qdo encontro com ele. eu brinco, mas nao consigo de verdade achar q ele é apenas o filho do caseiro.

falhei ao ter a minha recaída. eu sei. mas confesso q ainda penso e sonho com ele. muito. e estou com uma puta vontade de voltar lá no próximo feriado pra repetir tudo o q fizemos e gritar pra todo mundo, pra pato, pra ganso, pras galinhas e a fazenda inteira, acordar minha madrinha, os vizinhos gritando "filho do caseiro, eu sempre vou te amar!!!". ok, isso é ridículo e vc já tirou da minha cabeça. até falou q parece história de novela B. ha-ha. senti vontade de te lembrar q não sou eu q tenho nome de revistinha erótica.

mas eu sou impulsiva e esse tipo de coisa é muito, muitíssimo tentador pra mim. daí vc vem me consolar dizendo q vai ter uma festinha, q eu posso conhecer alguém legal. chego à dura conclusao de q tudo q me resta mesmo agora é ir com vc e com o JP pra uma festinha. mas não vai ser pra paquerar ninguém, vai ser pra beber até cair. q merda, eu queria mesmo era o filho do caseiro pra mim. mas tudo bem, no fim, a gente sabe, a gente sempre acha algum motivo pra rir nessas horas, nem q seja de nós mesmos (pensando bem gostar do filho do caseiro por si só já deve ser motivo de piada pra algumas pessoas). mas sinceramente, eu preferia era rir dos outros.

e q venha a festinha!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Vícios, prazeres ou soluções?

Café, coca-cola, chocolate, citalopram, sibutramina, fluoxetina (o bom e velho Prozac), maconha, sexo, bala mentos, cutucar a unha encravada. Coisas que já me fizeram ficar acordada, feliz, calma, sossegada, sem fome. Muitas vezes supriram minha necessidade de afeto e aconchego. Embora esteja numa fase feliz e magra “dentro do biótipo pêra herdado na minha mãe”, essa semana andei puxando pela minha memória algo que poderia fazer por mim mesma, pelo meu corpo e alma, e não encontrei a resposta numa barra da Nestlé, na rapidinha com o André ou na Starbucks. Acho que preciso de sono, de cama, do meu endredom. Vou tentar isso e depois aviso se deu certo. Fiz uma confusão com os meus plantões e acabei pegando noturnos nos três empregos na última semana. Espero bons sonhos.

sábado, 10 de maio de 2008

E eu não sei parar...

É isso aí, como diriam Ana Carolina e Seu Jorge e a canção do filme Closer. Leandra e eu terminamos o namoro. Quer dizer, tecnicamente foi ela quem terminou, no final. Majô e Bia já sabem da história, pelo menos o que consegui contar. Não sei se terei coragem de reproduzir aqui tudo o que aconteceu. Eu sei, quando começamos este blog sabia que o trato era escancarar as nossas intimidades. Mas acho que tudo tem limite. Não sei até que ponto consigo rir de mim mesmo. Preciso de pelo menos mais uma semana para pôr a cabeça no lugar, sem trocadilho.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

cavalos e homens

caramba, como eu estava com saudades do Pacato! eu não sabia q era tanta saudade até montar nele todos os dias desse feriadão. fiquei até assada. kkkk calma gente, Pacato é o cavalo que a minha madrinha me deu qdo eu era pequena. ele fica lá na fazenda dela. fazia tempo q eu não ia e resolvi aproveitar a folguinha do feriado para relaxar no meio do mato. foi bom, revi minha madrinha e os primos Érika e Bruno, comi doce de abóbora, vaca atolada, chupei laranja no pé, dormi com estrelas, acordei com passarinhos, enfim, renasci.

a outra parte boa: tirei a zica. a Bia e o Jotapê vão me matar mas, sim, eu tive uma recaída com o filho do caseiro, o Nilson (malditos nomes com o final son!). depois de anos sem vê-lo, fui buscar o Pacato no estábulo e quem encontro? O próprio. ele estava cuidando justamente do meu cavalo. lindo e forte como nunca. desculpa, não resisti. deu um pouco de trabalho dar umas sumidas, fazer tudo escondido, mas acho que ninguém desconfiou. mesmo pq o que não falta naquela fazenda é lugar pra se esconder. ai, minha infância!

o duro foi ter q ouvir depois de tudo isso o comentário:

- continua uma potranca!

ai, a frase está tilintando até agora na minha cabeça...
:|

Tá, vcs podem falar oq quiserem, q eu sou fraca, q não devia, q ele é canalha, mas só pensei q eu tenho direito de um trato. Depois de uma experiência frustradérrima com o intelectualóide, eu tinha q tirar o atraso com um cara, digamos, mais macho. e, devo dizer, a diferença é gritante. depois dessa prova dos 9, passei a ser adepta da tese de que desempenho sexual e intelecto têm relações inversamente proporcionais.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Entre a felicidade e o desespero

Surtei. Admito que surtei. A garota solteira de 28 anos que nunca, nunquinha, tenha surtado pelo mesmo motivo que eu, pode atirar a primeira pedra. E não venham com essa história de “essa tal de liberdade” porque ninguém vive em êxtase sete dias por semana.

Surtei, caros amigos, porque tive medo que a minha felicidade terminasse. Tive não, tenho medo que o André descubra esse blog, minhas inseguranças, meus defeitos, minhas cagadas (e a dos meus amigos), e a nossa história termine por aqui. Faz tempo que não me sinto tão feliz como nos últimos dias e se não escrevi aqui na semana passada, não foi porque estava trabalhando ou puta com o JP, foi porque estava em outra dimensão, onde o amor vive no ar.

Resumindo a história: acumulei alguns plantões nas duas últimas semanas para conseguir folgar no feriadão de 1º de maio e poder passar três dias em Campos do Jordão com o André.

Depois daquele almoço meio estabanado e da seqüência de desencontros, as coisas começaram a entrar em sintonia entre a gente. Se eu entendesse de astrologia diria que nossas luas se cruzaram em Vênus ou alguma bosta do gênero, mas enfim, nossos plantões começaram a bater e o clima a esquentar. Saímos numa quarta e rolou o primeiro beijo na hora da despedida. Saímos outras quatro vezes (contando um almoço em um japa). Daí então veio o convite pra viagem, acho que ele sacou que eu era um tanto regulada e quis dar o cheque-mate. Funcionou. No friozinho de Campos, depois de duas garrafas de vinho, não resisti e liberei geral.

Tudo bem, estou apaixonada. Ele foi meigo demais. Choveu na quinta e na sexta e a gente ficou direto no chalé, assistindo aos DVDs que levamos, jogando buraco, comendo e vocês podem imaginar o resto. No sábado, nosso último dia lá, a chuva deu uma trégua e passeamos pela cidade. Aquelas coisas de sempre, comprar malhas, andar no teleférico e aproveitei pra provar um foundie de chocolate individual, custa só R$ 12 e você escolhe duas frutas para acompanhar. Uma delícia, como tudo no feriadão, ou quase tudo.

Um pouco antes de vir embora, sei lá, comecei a achar que estava tudo perfeito demais pra ser verdade e que aquela alegria ia acabar logo. Fiquei imaginando o André não me ligando mais, não respondendo os meus telefonemas e simplesmente desaparecendo. Fiquei quieta e o André começou a insistir naquela perguntinha mala “O que é que você tem?”. Até eu responder que estava com cólica (impressionante como os caras sempre acreditam nessa). Daí eu lembrei do tomebota, do post do JP questionando a sexualidade do André e dele me falando de como valoriza a sinceridade numa relação... Paramos no Frango Assado da Carvalho Pinto. Do banheiro, liguei para o JP e descarreguei todo o meu medo. Ao invés de me acalmar, ele ficou tocando o terror, dizendo que eu estava gritando e que o hospital todo ia ouvir – só pra se fazer de coitadinho e lembrar que estava trabalhando num sábado (coisa que os almofadinhas do administrativo fazem uma vez a cada século). Enfim, e meio-hora depois escreveu tudo no blog.

Foi isso que aconteceu. Não quero abandonar o blog, não estou mais tão surtada, mas continuo com medo. Preciso contar sobre o tomebota pro André e não sei como. A Majô acha que to fazendo tempestade em copo d’água e que perto de ser “comedor de alface” isso aqui é fichinha. Talvez eu até esteja exagerando, mas entendam, não é todo dia que a felicidade bate a nossa porta e a gente encontra um cara legal. E se o ortopedista partir meu coração? Quem vai consertar?

sábado, 3 de maio de 2008

Volta, Bia

- Jotapê, seu filho de uma puta!

- Espera, o que foi?

- Eu vou te matar, seu filho da puta!

- Olha, assim você me ofende...

- Quem te autorizou a escrever aquelas coisas sobre o André no blog, seu filho da puta?!

- Ah, é isso?

- Vai tomar no seu cu! Você e aquela puta da Marjorie, que teve essa idéia idiota de Tomebota!

- Espera aí, mais um palavrão e o resto da ala dos cardíacos vai embora...

- Ninguém tem nada a ver com a minha vida. E se ele descobre essa droga?

- Não sabia que você tinha se ofendido. Até postou um comentário...

- Chega, estou fora dessa merda!

Recapitulando...

Está certo, eu deveria ter avisado a Bia que iria escrever sobre a minha consulta com o dr. Machado, o pretendente dela. Eu bem que tentei, mas não consegui falar com ela no celular nem nos encontramos antes da minha vez de atualizar o blog.

- Chega digo eu! O trato era justamente que nós falássemos sem pudores sobre os nossos relacionamentos, não? E até agora só eu que me fodi nessa história. Ou quer que eu te relembre da greve de sexo e da pulga atrás da orelha que estou com a Leandra?

- Atrás da orelha? Você não quer dizer na testa, não?

- Você sabe ser engraçada quando lhe convém...

- Não estou sendo engraçada. Jotapê, deixa de ser idiota e abre os olhos, a Leandra já tentou confessar de todos os modos que te botou um par de chifres. É só você que não quer ver! Aliás, bem típico...

- Espere aí! Você por acaso sabe de algo que eu não sei?

- Eu? Olha aqui... não vem com essa, não! Já está querendo mudar de assunto, e eu não tenho nada a ver com isso!

Não teve jeito de arrancar nada dela. Nem de convencê-la a voltar para o blog. Pois bem, Bianca, este espaço está aberto para você. Se tiver algo a dizer, e você sabe que tem, acho bom voltar a escrever, e logo!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

essa tal liberdade

parece que estou vendo um filme da minha própria vida quando escuto as histórias do Jotapê e da Leandra. meu último namoro também durou por um tempo longo, metade da história deles, quatro anos, mas também foi longo. eu e Anderson até chegamos a morar juntos. tivemos muitos momentos bons, grande parte acima da média. e é lógico que quando tudo acabou (isso faz quase um ano) foi muito dolorido, e ainda é. mas hoje vejo com um pouco mais de clareza que encerrar ali foi necessário. eu era e ainda sou jovem demais para ter algo tão sério com alguém.

hoje, eu tenho a minha casa, a minha rotina, as minhas coisas, as minhas contas para pagar, o meu tempo só pra mim e eu me viro muito bem nesse meu mundo, aproveito melhor a vida, coisa que antes eu jamais imaginava fazer. eu não era capaz de enxergar a minha existência sem ser a metade de um casal. estar fora disso, para mim, era o mesmo que não estar. mas forçadamente, ainda bem, hoje sei que ser uma só, decidir tudo por mim, não atrelar meu próximo passo ao do outro, enfim, entender o que é liberdade, pra mim tem sido a melhor experiência que vivi até agora.

liberdade pra quem é novinho (eu sou nova, mas não novinha) se confunde com zoação, ir pra onde quer, com quem quer, na hora que quer, voltar quando quer ou nem sequer voltar. até pouco tempo atrás eu achava que era isso também. é claro que em termos é, sim, mas na verdade é algo muito maior.

não quero dizer com isso que deva ser assim pra sempre, mas é importante que seja agora. não quero dizer com isso que saio por aí fazendo mil loucuras, mas me sinto à vontade para fazer as coisas dentro dos limites que eu mesma coloco. não quero dizer com isso indiretamente que o Jotapê deva terminar com a Leandra, mas declaradamente acho que ele deve refletir sobre isso. pra que hoje ele não se veja um velho na pele de novo, pra que amanhã não se veja um moleque na pele de um velho. pra que entenda primeiro o que é ser livre e só então possa juntar sua própria liberdade com a de outra pessoa. a Bia já sabe o que é isso. talvez seja a única de nós no ponto de saber.

ps. Bia, só não me caia na cilada de se apaixonar por um gay, hein? aliás, oq vc anda fazendo essa semana q nao blogou???

sábado, 26 de abril de 2008

O médico e monstro

É estranho trabalhar em um hospital sem ser médico ou enfermeiro. Parece que ninguém se dá conta de que aquilo é como uma empresa qualquer, tem contas para pagar, um estoque para controlar, um inacreditável esquema de logística...

Mas deixa pra lá. Já me cansei e tenho certeza de que já cansei a paciência de todos ao meu redor com essa conversa furada. É que não consigo me acostumar a passar por um daqueles corredores e ser confundido com um médico. Se bem que, no começo, me sentia até honrado ao ver aqueles rostos doentes implorando pelo meu diagnóstico.

Muito bem, depois de duas semanas com uma gripe forte, a mesma que trouxe metade da cidade ao hospital, decidir descer e fazer uma consulta com o médico de plantão. Até imaginei encontrar a Bia pelos corredores, mas aquela hora ela devia estar em outro plantão ou de folga, é impossível acompanhar a rotina dela.

Pelo contrário, para a minha surpresa o médico do horário era ele: Dr. André Machado. Engraçado, ele não tem cara de Machado, está mais para André mesmo. Quero dizer, ele faz bem o tipo da maioria dos residentes: cara de moleque cheio da grana que está cumprindo a pena necessária para válidar o diploma e obter um mínimo de conhecimento antes de abrir o próprio consultório e atender apenas a clientes de (bons) convênios.

Sem me identificar, quer dizer, sem dizer que era amigo da enfermeira Bianca, contei a ele o meu caso. Como ele sabia que eu era funcionário do hospital, creio que consegui uma atenção maior do que a normal. De fato, ele foi muito gentil desde o começo.

- Tudo bem, suba ali na maca e tire a camisa - ele disse.

Até então, imaginei que tudo se tratava do procedimento clínico convencional. Até ele fazer um comentário que me deixou, literalmente, com o cabelo em pé:

- Puxa, quantos pêlos no tórax! Sabia que o meu peito é lisinho?

Ora, que diabos era isso? Creio que essa seria uma péssima cantada mesmo se eu fosse fosse gay.

- A mulhereda costuma gostar - falei, tentando descontrair e deixar claro as minhas preferências, mas já tenso.

Depois de examinar meu ouvido, garganta e pulmões, pediu-me para deitar na maca e começou a apertar minha barriga. Agora, tudo que fizesse teria uma conotação homossexual para mim. Até que ele voltou a me surpreender:

- A Bia me falou bastante de você, Jotapê. Como vão as coisas com a namorada?

A pergunta me deixou tão ou mais desconcertado do que a primeira. Ora, se ele sabia quem eu era e, pior, das minhas "convicções", digamos assim, por que agiu daquele jeito?

- Confusas - respondi. Tudo está muito confuso...

- Pois bem. Pode pôr a camisa e esconder esse peito peludo. Passe aí do lado e tome essa injeção de corticóide. Depois tome esses remédios que eu vou lhe prescrever e logo logo você vai se levantar.

- Doutor, eu não preciso de remédio nenhum pra me levantar, pelo menos por enquanto...

Ele sorriu e me disse se não podíamos marcar de sair um dia desses.

- Você quer dizer, você e eu...

- E a Bia e a Majô. E a Leandra, se você quiser.

- Oh, sim. Claro... Obrigado, doutor Machado.

- André, pode me chamar só de André.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

tpm

toda vez que minha mãe me chama de dramática rindo na minha cara sinto que ela na verdade pensa que eu sou uma palhaça de circo
digo (dentro da minha cabeça)
:
mamãe, pega essas tuas longas unhas arredondadas e vai lavar as minhas calcinhas.
vc vai sentir o cheiro de fêmea brava no cio!
as minhas unhas são quadradas pq tudo nessa vida tem ponta onde a gente se enrosca.
e se arranha
nada é fácil, nada é redondo e é por isso q eu faço drama, muito drama mesmo!!!

Estou puta porque:

1) Soube há poucos minutos por e-mail que não passei na seleção da bolsa para o curso Master in Lighting Design (MDL), na Itália, pro qual eu vinha me preparando arduamente.

2) Descobri que a Bia PERDEU o meu DVD da Ana Carolina e Seu Jorge porque emprestou sem eu saber para o Jotapê, que deixou na casa da Leandra! O mesmo q foi motivo da maior briga na hora da "partilha de bens" quando eu e Anderson terminamos.

3) Minha chefe efetivou uma estagiária maldita e folgada q não sabe fazer nada sozinha e ainda fica pendurada no meu ramal fofocando com as amigas!

4) Após me ligar várias vezes neste fim de semana me chamando pra sair e só ouvindo desculpas, o intelectualóide meio-mastro ligou mais uma vez para para "terminar" (o q ele nem começou). Disse que "não estava pronto para um novo compromisso". haha tá bom, vai, isso até foi divertido.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Picanha ao ponto, mas com salada

Cedendo aos insistentes pedidos de meus companheiros de blog, enfim vou escrever sobre o desenrolar da minha história com o Dr. Machado, que agora é simplesmente André. Mesmo porque, não seria justo eu ficar me resguardando depois da retaliação da Leandra em relação aos últimos posts do Jotapê, que segundo ela fica expondo a história dos dois “nesse espaço ridículo”.

Bom, depois de uma série de “coincidências” que nos levaram (eu e o André) ao mesmo momento à máquina de café (nada como fazer a unha com a esposa do cara que cuida do monitoramento câmeras do circuito interno), e de diversas conversas sobre o tempo, o capuccino sem gosto, plantões e pacientes malas, consegui que ele me convidasse para almoçar numa sexta-feira, depois de um plantão de 24 horas.

Óbvio que tomei banho na clínica e caprichei no melhor estilo “não estou nem ai, só tomei um banho, sou sempre assim despojada”. Saímos. E daí, meu primeiro fora, sugeri irmos a um rodízio ali perto, mas o André solta essa: “Ah não, sou vegetariano. Você já viu como é o abate dos animais?”.

Nesse momento eu quis sumir. Só não sei se por causa do fora ou por descobrir que ele não era perfeito. Sinto muito se você não come carne, mas para mim isso é um grave defeito, além de uma chatice. Eu amo os animais, inclusive a minha vaquinha da Parmalat, mas amo mais ainda uma picanha no alho. Sinceramente, há cinco tipos de pessoas que eu não confio: políticos, testemunhas de Jeová, gente que tem enxaqueca, que gosta de pitbull e que não come carne.

Mas enfim, o mercado está ruim e me vendi ao sistema: nesse dia pedi um salmão com molho de maracujá. Passado o susto, conversamos bastante e trocamos olhares e telefones. Ele me ligou no domingo, do seu plantão e me chamou para sair na terça, mas dessa vez quem estaria de plantão era eu. No final de semana seguinte, ele viajou para a casa dos pais, em São João da Boa Vista. Daí eu aproveitei e fui pra Santos com a Jú. Neste final de semana, ambos pegamos plantões, mas em locais diferentes, ele na clínica e eu em Guarulhos. Temos nos falado com freqüência e devemos sair amanhã. Acabei relevando o lance da carne, afinal, a carne é fraca.

Respondendo desde já:

- não, Majô, eu ainda não o beijei, não sou um lesma nem ele é viado, apenas estamos deixando as coisas fluírem naturalmente;

- ele sabe que sou carnívora e garanto que em determinado momento vai até curtir essa idéia;

- apesar dos inúmeros plantões noturnos, não estou querendo ficar rica, apenas tentando quitar as prestações do Fox antes que ele decepe meu dedo.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Feitiço do Tempo

Tentei falar com Leandra a semana inteira, mas ela me evitou com a velha desculpa de que precisava estudar para o exame da Ordem. Ela sempre usa esse pretexto quando não quer falar comigo. Depois de prestar esse maldito exame por cinco vezes, acho que nem ela mesma acredita que vai passar algum dia.

Na falta do que fazer em plena sexta à noite, convidei as meninas para assistirem a um filme comigo. Depois da experiência com o intelectualóide meio-mastro, a Majô até pensou que eu estava de brincadeira, mas acabou vindo. Elas estão do meu lado, me enchendo de palpites, enquanto tento escrever.

- Jotapê, não sabia que você sabia escrever tão bem - acaba de me dizer a Bia.

- É verdade. Pra mim, faz tempo que você não é mais que o "namorado da Leandra" - falou a Majô, na seqüência.

Fui obrigado a concordar. Em algum momento deixei de ser um cara legal, interessante e engraçado para me tornar esse Jotapê estranho, o "namorado da Leandra". Eu sempre soube escrever bem, oras! Afinal, eu não era o letrista d'Os Lanternas? Meu irmão mais velho (sim, o ex da Majô) era apenas o vocalista. E pensar que, na época, nós nos achávamos os próprios irmãos Gallagher...

Em vez do sucesso, acabei largando a banda a pedido de Leandra, que reclamava da rotina de ensaios e shows mambembes. Em vez de fazer a faculdade de Cinema que eu tanto queria, acabei me formando em administração, e hoje não consigo explicar a ninguém o que eu faço. Em vez de...

- Jotapê, você escreve bem, mas é lerdo demais! - reclamou a Bia. - Vem logo que o filme vai começar.

Tudo bem. Eu já assisti a esse filme várias vezes. Tudo não passa de uma grande repetição, não é mesmo?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

tente outra vez

essa história de "a primeira impressão é a que fica" pra mim é papo velho, slogan de desodorante fedorento. eu acredito na segunda chance. pq nem sempre a gente acerta logo de cara.

a primeira coisa q iluminei na vida foi o show de estréia da antiga banda do Jotapê (na época que eu ainda namorava o PH, o irmão dele) e foi um desastre. Eu adorava ver os ensaios e queria participar. mas como não sabia tocar nada, eles me mandaram ajudar com as luzes pra eu parar de encher o saco. o lugar - um boteco tenebroso - nao tinha sistema de iluminacao e eles queriam fazer algo diferente. toda empolgada, fui eu na loja gastar o dinheiro da mesada em lâmpadas coloridas e extensões. tudo na voltagem errada! resultado? na hora H a luz ficou fraquiiiiiinha e o episódio entrou para a história como a "noite das lanternas". a banda até mudou de nome depois para Os Lanternas. é claro q os meninos me xingaram demais e tiraram muito sarro de mim (até hoje!). mesmo assim, me deixaram tentar de novo. e no show seguinte me empenhei tanto q essa brincadeira acabou virando a minha paixão, a minha profissão.

pensando em tudo isso, resolvi dar uma segunda chance para o intelectualóide. sei lá. pensei q, talvez, ele meio-brochou na nossa primeira vez por minha causa e não por causa dele. vai ver na hora q ele sacou q eu nao sei nada de cinema pensou "afff q ignorante" e não se empolgou. A Bia achou essa idéia nadaver, o Jotapê disse que era bem possível. então, antes do nosso encontro no sábado, só pra garantir, resolvi entrar num treinamento intensivo de cinema. peguei uns dvds emprestados com a Cris, vasculhei o imdb.com, a wikipedia, o omelete, o e-pipoca atrás de referências. e cheguei no encontro qse uma Rubens Ewald Filho de saia (e sem cavanhaque). foi legal. a conversa flui melhor. ele se soltou bem mais.

porém... ai, porém
na hora fatídica em que a bandeira foi hasteada, luto!
aconteceu de novo! e não teve Oliver Stone q fizesse ela subir para mais de meio-mastro.

terça-feira, 15 de abril de 2008

A inveja é uma merda

Domingo à tarde, eu e a Jú na praia, estendidas que nem duas jacaroas. Resolvemos aproveitar nosso restinho de final de semana e a folga de segunda em Santos. Antes que me chamem de folgada, quero avisar que tinha acabado de largar um plantão de 24 horas em Guarulhos, ok?

Nosso plano era: descer e não ter que fazer almoço nem jantar (a gente fica na casa da mãe da Julianne, que faz de tudo pra agradar a bebezinha de 28 anos que a abandou e mudou pra São Paulo), pegar uma praia e aproveitar pra beber até cair gastando pouco de taxi.

Daí a gente liga pra Luiza, amiga da Jú lá de Santos, pra saber qual era a boa da noite: Badovick? Heins? Ou chutar o balde e ir direto pro Toninho ou pro bar do Jorge de havaianas mesmo? Daí a Luiza vem com essa:

- Não posso, amiga, to morta hoje, não agüento nem nada light. To desde quarta saindo toda noite.

- É mesmo? E o que tanto tem pra fazer nessa cidade?, perguntou a Jú.

- Ah... amiga, tu sabe né? Eu não valho nada, to de A a Zinco.

Essa eu não conhecia: “de A a Zinco”. Achei o máximo, caiu na rede é peixe e revirar a agendinha é coisa do passado. A moda agora é “de A a Zinco”.

Sinceramente, não sei como a Luiza agüenta. Tudo bem que ela trabalha na comissária de despachos do pai e só entra às 10h, mas haja vitamina né? E homem? Onde é que ela arruma tanto homem em uma cidade de 400 mil habitantes e eu tendo toda a Grande São Paulo aos meus pés (com plantões em Guarulhos e São Bernardo) não consigo nem chegar à Aspirina C.

Eita fase. Acho que to precisando de um negão pra tirar a zica. Ah, só um detalhezinho que omiti até aqui: a Luiza é loira e magra!

sábado, 12 de abril de 2008

Sem parar

Eu já havia preparado um rascunho de testamento, imaginando a reação de Leandra ao descobrir que escancarava aqui um pouco da nossa intimidade, ou a falta dela. Já havia até designado a Majô para cobrir os custos do meu funeral. Afinal, foi ela a mentora intelectual (ou intelectualóide?) deste nosso blog.

Por isso, fiquei surpreso ao me deparar com uma Leandra não somente dócil como amorosa, completamente diferente da pessoa que fingia ignorar meus apelos mais primitivos há mais de três meses.

- Você não ficou chateada? - perguntei, ainda dando corda e esperando as pedradas assim que ela baixou em casa.

- Claro que não, João Pedro. Todos nós temos os nossos pecadinhos, certo? - ela disse, um tanto maliciosa, mas sem maldade, se é que me entendem.

Não, vocês não entendem. Porque esse é exatamente o sinal que ela costuma me dar quando deseja que eu avance o sinal. E mesmo que eu não tivesse entendido, Leandra fez questão de se fazer mais clara. Foi logo se livrando das roupas e se jogando em cima da cama desfeita, como sempre.

- Você vai contar o que aconteceu hoje com a gente, no seu blog? - ela perguntou, enquanto fazíamos amor. Leandra costumava falava sem parar durante a transa, dos problemas no trabalho ao capítulo da novela. Eu só sabia quando ela atingia o orgasmo por conta de uma leve mudança no tom de voz, que ficava mais aguda.

- Ora, não sei. Acho que não. O que você acha?

- João Pedro, você não é tão certinho assim. Eu li os seus textos. Os seus e os das suas amigas. Vai me dizer que, nesses oito anos, você nunca deu uma puladinha de cerca?

- Não, nunca! Nem com elas nem com ninguém - respondi, nervoso e quase ficando a meio-mastro, como o pretendente da Majô. - Você estave sempre comigo, desde os tempos da minha banda, depois na faculdade, e agora. Nem que eu quisesse!

- Desculpa, esquece o que eu disse, tá? - ela murmurou.

- Ora, por que esse assunto agora? Minhas amigas tinham razão por desconfiar de você? Você quer me dizer algo? Alguma vez nesses nossos oito anos você já me traiu e...

- NÃO PÁRA, JOÃO PEDRO!

- O quê?

- NÃO PÁRA!!! NÃO PÁRAAAAAAAAAAAA...

Bem, eu não parei, mas precisei interromper o interrogatório sem conseguir nenhuma resposta. Puxa, foi nossa melhor performance em anos. Mas não posso afirmar se, da parte dela, foi tudo real ou não passou de fingimento. Alguém aí pode me dizer que parte da história eu perdi?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

brochada intelectual

Minha avó costumava dizer q pensar demais faz o sangue subir pra cabeça e faltar nos braços... Mas acho que só agora estou começando a entender o que realmente ela queria dizer com isso. Algumas amigas já haviam criado milhares de teorias sobre homens muito intelectualizados e o ponto em comum em quase todas era que esses caras não funcionam bem na cama. Sempre achei besteira, pq afinal, sempre namorei homens inteligentes e eles não faziam feio nesse aspecto. Mas hoje noto que ser inteligente é uma coisa, ser intelectual é outra.

Nessa manhã preguiçosa de domingo, com aquela chuva emprestada do sábado, recebo um torpedo: "Afim de um filminho hoje na minha casa?" Era do intelectualóide que eu beijei na festinha da amiga da Cris na semana passada. Achei meio avançadinho o convite, mas como no geral achei ele meio devagar, não vi nenhum mal e respondi: "Q hs?"

Tudo ia bem. Fiquei impressionada com o bom gosto - até demais - do apartamento, a decoração, os quadros, a iluminação... Ele criou um clima legal com a música, vinho e tal... Logo saquei que havia subestimado a intenção do rapaz e pensei "ainda bem que minha depilação ainda está no prazo de validade". Aos poucos relaxei, ele ligou o filme, fui me envolvendo, mas não sei o que aconteceu... Ai, Conto ou não conto? Bom, como prometi q ia jogar um holofote nas minhas coisas obscuras, então... lá vai:

Foi só começar o filme e ele entrou numas conversas de quem dirigiu, perguntava se eu gostava do diretor, se eu conhecia a obra do cara. Começou a citar vários outros e me perguntar sobre eles. Ahh Pera lá, quer brincar de quiz? Se inscreve no Silvio Santos. Comecei a me irritar com o papo. Acho que ele percebeu e resolveu me dar uns amassos pra consertar. Até que... rolou. Mas ele não se empolgou como deveria. Quero dizer, não é que ele falhou totalmente. Mas a bandeira ficou hasteada o tempo todo a meio-mastro. Foi uma bosta. Engraçado que ele se comportou como se tudo estivesse normal!!! Ou é bom ator, ou é sempre assim.

Na hora de a gente se despedir, ele deu a entender que quer me ver de novo. E agora? Dou uma segunda chance?

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Update
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Essa é para o Jotapê

terça-feira, 8 de abril de 2008

prazos e losers

“Dead o que?” Nunca vou me esquecer do quanto critiquei a Cris no dia que ela me explicou que deadline era o nome que os jornalistas davam para o prazo de entrega das reportagens. Eu, uma profissional da Saúde, julguei um absurdo eles utilizarem a palavra morte para um simples prazo. Lembro que falei que só podia ser coisa de jornalista mesmo: aquele povinho metido a besta, de All Star fedorento e franjas ridículas!

Há tempos desisti de freqüentar as festas dos amigos da Cris, como essa que a Majô arrumou o bofe. Tudo bem, Jotapê, antes que você fale que minha lista seria bem menor se não fossem essas festas e como eu fui cruel quando dispensei aquele fotógrafo SÓ porque ele considerou o número de pedaços de pizza que cada um comeu na hora de rachar a conta, quero lembrá-lo que isso faz parte de um passado negro e que agora visto com orgulho a minha camiseta: “Losers, não vou”.

Mas enfim, esse post na verdade é uma maneira de me redimir com a Cris, pois à medida que o dia que a Majô estipulou para eu escrever no blog ia chegando, eu, sem idéia nenhuma, fui me desesperando e enfim sentindo o peso do “dead” do tal prazo. A Majô sabe ser autoritária quando quer, caramba: ela mandou mensagens no MSN, torpedo, e-mail e scrap avisando: não esqueça que segunda-feira é o seu dia de atualizar o blog!

Domingo à tarde, eu num plantão de bosta, dando bronca em uma auxiliar que furou três vezes uma paciente idosa antes de achar a veia da velhinha. De repente, toca o bip de mensagem do meu celular. Corro imediatamente pra saber se é alguma novidade do Dr. Machado (ele ia dar plantão na policlínica que a Jú trabalha), e não, simplesmente é a mensagem da dona Marjorie. Bem ou mal, essa iluminista conseguiu: Ta aqui, Majô, enrolei direitinho, mas escrevi! Tudo bem que no dia seguinte, mas releva, vai, desde o princípio não curti o tal do deadline.

sábado, 5 de abril de 2008

Chega de saudade

Sinto um grande desânimo só de acompanhar minhas duas amigas nesse processo lento e incerto de conquista. Não sei se teria condições de repetir todo o ritual mais uma vez. Tudo isso para dar onde deu, ou melhor, não deu, se é que fui claro.

Leandra e eu estamos cada vez mais distantes. Ou talvez sempre estivemos, e só agora eu me dou conta. A verdade é que estou em crise, e nossa abstinência sexual não me ajuda em nada.

Animadas em contar sobre suas novas presas, Majô e Bia mal me davam atenção. E quando faziam algum comentário era apenas para me encher o saco.

- Feliz 2008! – avacalhava a Majô.

Mais séria, Bia me fazia confirmar inúmeras vezes que eu ainda não havia perdido a virgindade este ano.

- Você deve ter se enganado. O que vocês fizeram no Carnaval?
- Assistimos ao desfile das escolas de samba na TV. Leandra adora, esqueceu?
- Sei não. Será que ela não está te passando pra trás? – perguntou a Majô, daquele jeito em que ela mesma parece ter a resposta.

É claro que neguei e, na hora, fiquei emburrado com aquela trocadora de lâmpadas travestida de arquiteta. Mas depois, como era de se esperar, fiquei encucado. Maldição! Por mais que tentasse, não conseguia pensar em Leandra com outro cara. Fazendo o que minhas amigas agora faziam para impressionar os caras.

Passei a noite de sexta-feira e a madrugada trancado no quarto, tocando minha guitarra exaustivamente, me sentindo uma espécie de João Gilberto, com a diferença que no dia seguinte eu teria de encarar o mundo lá fora. Droga, esses oito anos de relacionamento com Leandra me prenderam em uma eterna adolescência.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

sábado de aleluia

não posso me queixar desse último sábado. motivo 1 - aleluia! conheci um cara legal. motivo 2 - um cara legal que dá mais valor ao papo do que à bunda. motivo 3 - meu ex colaborou sem saber.

foi assim: a Cris, nossa amiga jornalista - que escolheu a profissão só para aparecer na TV mas ainda não conseguiu, conforme bem lembrou a Bia - me chamou para uma festinha. era aniversário de uma amiga de faculdade dela. então, já imagina, povinho descolado, falante, música boa, muita bebida e tal...

um cara lindo, alto e estiloso resolveu se aproximar e puxou um papinho de intelectual. pensamento 1: "ferrou! quanto tempo vou conseguir manter uma conversa com um jornalista?" ele contou que escrevia para um site de música, mas que também gostava de cinema e literatura... (ou era o contrário?) pensamento 2: "se o assunto for esse, não sobrevivo mais dois minutos!"

tentei caprichar nas respostas. contei que já tinha iluminado montagens de peças teatrais e shows. parece que esse papo interessou, mas chegou o momento fatal em que o assunto acabou. pensamento 3: "ou agarro agora, ou tudo está perdido"

até que meu falecido ex rogou por mim! a camiseta do paquera tinha uma estampa do Joy Division exatamente igual a uma que o Anderson tem, só muda a cor. Depois que notei esse precioso detalhe, tudo o que fiz foi repetir literalmente toda a opinião do meu ex que cansei de ouvir sobre bandas de rock. as mesmas que ele me obrigava a escutar repetidas vezes, até quando a gente transava (quer coisa pior que transar ouvindo Joy Division no repeat?) resultado: funcionou, ficamos e teve até troca de telefones.

resposta 1 - não, ainda não transamos e nem ouvimos Joy Division.
resposta 2 - eu sei. sou uma fraude, obrigada.
resposta 3 - tá, tá, ok. ele gostou foi do Anderson, mas quem beijou fui eu!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Longe das telas

O comentário machista do JP sobre a minha profissão lembrou-me de todos os processos movidos pelo Coren contra emissoras de TV pela banalização da enfermagem. Apesar de parecer ridículo para muitos, o nosso Conselho tem razão sim, afinal, o fato de muita gente enxergar as enfermeiras como prostitutas de hospital é uma baita sacanagem! A gente estuda pra caramba, rala pacas, faz plantões desumanos, convive com a dor e a morte de perto e, ainda por cima, sofremos esse preconceito. Agora, deixando esse discurso politicamente correto de lado, que não me entendam mal, pois o Coren e a nossa classe tem razão, preciso confessar algo:

Quando eu entrei na faculdade passou pela minha cabeça ter uma vida emocionante como a do ER, ou do atual e mais sexual, Grey's Anatomy. E dai? Tenho amigas que fizeram jornalismo pra aparecer na TV e outras que cursaram direito pra usar terninho, então, qual o problema de que querer dar pro George Clooney? Anos se passaram, dezenas de médicos trabalhadores e amigos, mas também grosseiros, malcheirosos e safados passaram pelos meus plantões. Até que, semana passada, conheci o Dr. Machado. Gente, o cara é tudo de bom!!! Ortopedista, 33 anos, alto, cheiroso, olhos azuis, solteiro! Agora penso: o sonho valeu a pena? To atacando como posso. Vamos ver no que dá... por ele, vestiria até uma mini-saia branca no maior estilo "enfermeira da carnaval". Torçam por mim.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Feliz ano velho

Eu gosto de diamante negro, um chocolate forte, crocante na medida certa. Leandra sabe que eu gosto de diamante negro, e por isso me presenteia com o mesmo ovo de páscoa todos os anos. Eu devo reclamar por ganhar o que gosto da pessoa de quem eu gosto?

Para a Majô, sim. Ela acha que caímos numa rotina, Leandra e eu. Logo ela, que nem sequer se lembra de quando foi a última vez em que teve a oportunidade de repetir a mesma roupa em um encontro com um cara. Às vezes, ela nem mesmo se lembra dos caras, mas deixa pra lá.

Quando ela vai entender que, num namoro de oito anos, são construídas certas bases, todo um modo de vida que não pode ser implodido assim, de uma hora para outra?

- Aposto que vocês nem transam mais – provocou outro dia a Bia, dando razão a nossa amiga.

Por essa eu não esperava. Logo a Bia, que sempre, ou quase sempre, deu uma força para nós dois. Foi ela quem me impediu de terminar com Leandra, logo depois de completarmos três anos. E ficou do meu lado quando deixei a banda em que tocava por conta do ciúmes dela, ao contrário da Majô, que quis me matar. Bia estava quase sempre certa, para o meu desespero. E não foi diferente desta vez.

Passamos a Páscoa na casa dos pais de Leandra, no interior. E passamos os quatro dias – e, principalmente, as três noites – em branco. Tentei todo tipo de abordagem e técnica de sedução para convencê-la a fazer amor comigo, mas ela parecia de pedra.

- Alguém pode ouvir a gente – sussurrou, tirando minha mão debaixo da camisola dela.
- E daí? Nós até dormimos juntos na mesma cama. Seus pais deixaram de se importar com isso há muito tempo...
- Será que você só pensa em sexo? Eu sou só um pedaço de carne pra você?

Céus, a temida pergunta, para a qual eu nunca encontrava uma resposta adequada, como se houvesse alguma. Consegui apenas pedir desculpas, fazer novas juras de amor eterno e virar para o meu lado da cama, cabisbaixo, exceto por uma parte do corpo, é claro.

Hoje pela manhã, no escritório, enquanto despachava uns papéis sem importância, fiz as contas com calma e me espantei: Leandra e eu ainda não fizemos sexo em 2008. Nossa última vez foi na festa de fim de ano da firma, eu me lembrava bem. Quer dizer, nem tão bem porque acabei bebendo demais naquela noite...

Está bem, Majô, você venceu. Diamante negro é bom, mas como todo bom chocolate também é enjoativo.

quinta-feira, 20 de março de 2008

me dá um crunch? te dou um 'sensação'

tudo mudou de um ano pra cá na minha vida, até as idas aos supermercados. digo, principalmente as idas aos supermercados. porque desde que estou sem namorar, não preciso mais trazer coisinhas que agradem o "mô": danette, biscoito passatempo, cerveja miller (olha a viadagem), bisnaguinha... meu carrinho agora foi exorcisado e passa no caixa sempre com: activia, pão integral, leite desnatado, torrada integral, queijo minas, frutinhas, verdurinhas, sem contar as milhares de opções de comidas pré-prontas de porção única.

hoje, na véspera do feriadão de Páscoa, passei no supermercado. cheio como nunca, filas e mais filas... e ao andar pelos corredores repletos de ovos e Páscoa me dei conta de que pela primeira vez em quatro anos, não só o meu carrinho ia ficar sem a cerveja miller, como também sem ovo de páscoa. puxa, eu até estava com vontade de dar um sensação e ganhar um crunch, sabe? quem sabe no ano que vem... mas antes de ir para o caixa, dei uma ultima voltinha no corredor, espiei os preços, até estendi minha mão pra pegar um... mas senti q estava sendo observada pela promotora de vendas e temi ser desmascarada no meu ato fraudulento de comprar um ovo para mim mesma.

ao me ver em dúvida ela disse: "leva um serenata de amor"
respondi: "não é o caso"
ela riu e eu segui para o caixa de mãos abanando.

nessas horas queria ser como a Bia. ela está no mesmo time q eu, mas não tem desses problemas. comprou sem culpa um talento para se garantir, q eu sei, eu tava junto. e ela fez com a maior naturalidade do mundo... E o Jotapê não tem esse problema nem pra escolher o sabor. pelo décimo ano consecutivo, como todo mundo sabe, vai dar um sonho de valsa e ganhar um diamante negro. nao é? hehe