terça-feira, 6 de maio de 2008

Entre a felicidade e o desespero

Surtei. Admito que surtei. A garota solteira de 28 anos que nunca, nunquinha, tenha surtado pelo mesmo motivo que eu, pode atirar a primeira pedra. E não venham com essa história de “essa tal de liberdade” porque ninguém vive em êxtase sete dias por semana.

Surtei, caros amigos, porque tive medo que a minha felicidade terminasse. Tive não, tenho medo que o André descubra esse blog, minhas inseguranças, meus defeitos, minhas cagadas (e a dos meus amigos), e a nossa história termine por aqui. Faz tempo que não me sinto tão feliz como nos últimos dias e se não escrevi aqui na semana passada, não foi porque estava trabalhando ou puta com o JP, foi porque estava em outra dimensão, onde o amor vive no ar.

Resumindo a história: acumulei alguns plantões nas duas últimas semanas para conseguir folgar no feriadão de 1º de maio e poder passar três dias em Campos do Jordão com o André.

Depois daquele almoço meio estabanado e da seqüência de desencontros, as coisas começaram a entrar em sintonia entre a gente. Se eu entendesse de astrologia diria que nossas luas se cruzaram em Vênus ou alguma bosta do gênero, mas enfim, nossos plantões começaram a bater e o clima a esquentar. Saímos numa quarta e rolou o primeiro beijo na hora da despedida. Saímos outras quatro vezes (contando um almoço em um japa). Daí então veio o convite pra viagem, acho que ele sacou que eu era um tanto regulada e quis dar o cheque-mate. Funcionou. No friozinho de Campos, depois de duas garrafas de vinho, não resisti e liberei geral.

Tudo bem, estou apaixonada. Ele foi meigo demais. Choveu na quinta e na sexta e a gente ficou direto no chalé, assistindo aos DVDs que levamos, jogando buraco, comendo e vocês podem imaginar o resto. No sábado, nosso último dia lá, a chuva deu uma trégua e passeamos pela cidade. Aquelas coisas de sempre, comprar malhas, andar no teleférico e aproveitei pra provar um foundie de chocolate individual, custa só R$ 12 e você escolhe duas frutas para acompanhar. Uma delícia, como tudo no feriadão, ou quase tudo.

Um pouco antes de vir embora, sei lá, comecei a achar que estava tudo perfeito demais pra ser verdade e que aquela alegria ia acabar logo. Fiquei imaginando o André não me ligando mais, não respondendo os meus telefonemas e simplesmente desaparecendo. Fiquei quieta e o André começou a insistir naquela perguntinha mala “O que é que você tem?”. Até eu responder que estava com cólica (impressionante como os caras sempre acreditam nessa). Daí eu lembrei do tomebota, do post do JP questionando a sexualidade do André e dele me falando de como valoriza a sinceridade numa relação... Paramos no Frango Assado da Carvalho Pinto. Do banheiro, liguei para o JP e descarreguei todo o meu medo. Ao invés de me acalmar, ele ficou tocando o terror, dizendo que eu estava gritando e que o hospital todo ia ouvir – só pra se fazer de coitadinho e lembrar que estava trabalhando num sábado (coisa que os almofadinhas do administrativo fazem uma vez a cada século). Enfim, e meio-hora depois escreveu tudo no blog.

Foi isso que aconteceu. Não quero abandonar o blog, não estou mais tão surtada, mas continuo com medo. Preciso contar sobre o tomebota pro André e não sei como. A Majô acha que to fazendo tempestade em copo d’água e que perto de ser “comedor de alface” isso aqui é fichinha. Talvez eu até esteja exagerando, mas entendam, não é todo dia que a felicidade bate a nossa porta e a gente encontra um cara legal. E se o ortopedista partir meu coração? Quem vai consertar?

2 comentários:

Anônimo disse...

como assim??? vcs em campos do jordao, sozinhos num chalé, chovendo lá fora, resolveram jogar buraco??? nao tinha coisa melhor pra fazer com o buraco??? ou vc confundiu e o jogo foi tranca???
bia, bia... conta direito essa história.

Jotapê disse...

A culpa é do Jotapê, a culpa é sempre do Jotapê... por que as mulheres vivem me dizendo isso?

Bia, vc ainda me deve uma explicação sobre aquele outro assunto...