sábado, 28 de junho de 2008

Síndrome do pânico

- Jotapê, cadê você? - era a Bia, no telefone.

- Tô sem idéia pra atualizar o blog.

- Esquece o blog e vem pra cá! A Cris tá aqui.

- Eu sei, a Majô disse que ela ia.

- Então?

- Não sei, fico aqui pensando... e se as coisas não derem certo entre a Cris e eu? Será que eu vou ter coragem de contar no blog?

- A Majô vai te encher o saco se você não contar com todos os detalhes...

- A Majô é .

- E você é um medrosão! A Cris não morde! Quer dizer, pode até morder, mas isso aí é com vocês.

- Não vê que eu estou passando por uma fase difícil?

- Ai ai... E ainda fica pegando no pé do André, hein? Ele pelo menos aparece e está aqui, já você...

- É diferente. Minha masculinidade não está em jogo. Estou um pouco inseguro, passei oito anos namorando uma pessoa, o que você queria?

- Eu? Que você viesse aqui curtir com a gente e esquecesse a Leandra de uma vez.

- Não sei. Acho que prefiro atualizar o blog, por enquanto.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quero ser má!!

Há gente que acha bonito ser ingênuo, considera uma virtude. Alguns caras que até têm tesão por isso. Eu, sinceramente, acho uma babaquice só. É óbvio que não me refiro à ingenuidade de uma criança, porque ai é diferente. To falando da ingenuidade de adulto mesmo. Pra mim, isso não existe, de duas uma: ou a pessoa não tem porra nenhuma de ingenuidade e é só fingimento ou o lance tem outro nome, chama-se trouxisse.

Infelizmente eu me enquadro na categoria desse tipo de trouxa, babaca, gente que é passada pra atrás, gente sem “malícia” no teor não-sexual da palavra. Desde a escola foi assim comigo. Eu sempre colocava o nome de algum folgado em um trabalho que tinha feito sozinha e quando eu precisava do mesmo favor, nunca rolava, porque todo mundo já estava com os grupos lotados.

E o pior que não aprendi com isso. Continuo otária. É comigo que as pessoas vêm falar primeiro quando querem trocar de plantão. É pra mim que a minha mãe pede pra buscar pão no frio. É só o meu carro que o meu irmão pega sem pedir. É a minha intimidade que o Jotapê faz questão de expor aqui quando não tem nada da vida dele pra contar. É a minha saia que a Majô devolve fedendo a cigarro, porque as roupas da Cris ela sempre lava antes de devolver.

Ai, to de saco cheio de mim. A Jú tem razão, não tenho critério e gosto de todo mundo. Sei lá, acho que as pessoas não têm maldade, que todo mundo é meu amigo.

Se chega um bandido no hospital, é a Bia que eles mandam. Até que essa semana aconteceu o pior: um deles passou a mão em mim! Chorei de raiva. Não me perguntem por que não xinguei ou soquei os pontos dele. Simplesmente sai chorando. Precisou um filho da puta desses me lembrar que tenho bunda, porque se depender do meu namorado... mas essa é outra história, que continua em suspenso até que eu tenha algo digno pra escrever aqui. Uma decisão de verdade.

sábado, 21 de junho de 2008

Picapau amarelo

- Sabe uma coisa que eu notei? - disse a Majô, ontem à noite, enquanto assistíamos a um filme com o André Valli, o agora saudoso Visconde de Sabugosa da primeira versão do Sítio (que eu nem me lembro de ter assistido, mas tudo bem), no Canal Brasil.

- O quê? - perguntei, sem muito ânimo para dar corda, porque quando a Majô começa com as teorias dela, sai de baixo.

- Acho que eu sei porque nós três somos tão amigos, você, a Bia e eu. Nós estamos sempre de mau humor.

- Ah é?

- É, você já fez um flashback dos nossos posts no blog? É só desgraça.

- Me desculpe se eu acabei de terminar um namoro de oito anos e não sou a pessoa mais feliz do mundo...

- Não estou dando bronca. Tá vendo? A gente encara tudo sempre do pior modo possível.

- Não sei, tenho uma outra teoria. Acho que nós somos amigos justamente porque somos bem diferentes um do outro.

Ela me olhou de um jeito meio incrédulo, como se eu fosse incapaz de fazer qualquer raciocínio mais elaborado como esse.

- E o que nós temos de tão diferente, Jay Pee???

- Ora, veja a Bia. Tão bem resolvida, trabalhadora, madura... e se envolve com um cara que nós dois sabemos que parece ter outras preferências...

- É. Eu no lugar dela já teria tirado ele à força do armário.

- Pois é. Mas eu também não tenho muita moral. Estou aqui sem saber o que fazer da vida, sozinho, num emprego chato...

- Você não tem atitude, Jotapê. Conheço várias garotas que ficariam caidinhas por você. A própria Cris já me disse que é a maior fã dos seus posts...

- Sério? A Cris é bem gata, você bem que podia agitar...

- Mas, e eu?

- Você o quê?

- Não vai falar nada de mim? A Bia é uma madura sonsa, você um frustrado. E eu, qual o meu defeito?

- Ora, Majoca, você sabe. Nem preciso dizer que o seu jeito de ser é um pouco... como posso dizer... cruel?

- EU, CRUEL? Que culpa eu tenho de ser expansiva e dizer o que me der na telha?

- Você faz mais do que isso. Às vezes eu me pergunto por que você sempre corre atrás de caras como o filho do caseiro e o intelectualóide. Tenho certeza que esse cara está traumatizado, e meio-mastro, até hoje por sua causa.

- Será? Ai, essa eu pagava pra ver!

- Tá vendo? Eu falei, isso é crueldade!

- Puxa, será que você tem razão? Será que todos me odeiam, até no blog?

- Não sei. Só sei que eu ia escrever um post sobre o Visconde de Sabugosa e o filme de hoje. Mas agora você estragou tudo.

- Isso não foi maldade minha. Acho que nesse caso eu te fiz até um favor.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

thinking twice

EU NÃO TE AMO MAIS!!! foi o que eu gritei para o Anderson antes dele deixar o nosso apartamento de vez. foi da boca para fora, mas ele acreditou e não teve mais volta. a essas e outras atitudes impulsivas devo grande parte das minhas tantas cabeçadas. depois q a Bia andou me falando umas verdades essa semana, pq eu reclamei q nada dava certo, veio de repente na minha cabeça uma sequência gigante de flashbacks de muita coisa q fiz do genero por aí e só me ferrei.

* quando joguei fora todas as fotos minhas com o PH (tinha cada relíquia d'Os Lanternas);
* quando larguei do emprego de cenógrafa/iluminadora de shows só pq eu nao ia com a cara da bicha do produtor (hj eles estão produzindo várias turnês na Europa e eu pastando num escritoriozinho de arquitetura de merda);
* todas as vezes q ri na cara do filho do caseiro q dizia querer um dia casar se comigo (logo depois ele engravidou outra, casou e fez outro filho);
* o dia em que olhei para o bilau do intelectualóide e disse "que brinquedinho bonitinho" (será por isso q ele ficou meio-mastro pra sempre?)
* as vezes q bebi demais e acordei em lugares q nao lembrava como fui parar (nessas já perdi celular, documento, dinheiro e vários acessórios).

a lista é longa... e eu resolvi seguir os conselhos da Bia - pelo menos tentar - de me controlar. só q essa coisa de guardar pra mim, sei lá, viu? não é muito da minha natureza. a primeira "oportunidade" já foi na terça, qdo saí pra tomar um chopp com o pessoal do escritório e um tio que estava na mesa de trás inclinou a cadeira pra puxar um papinho muito besta e inconveninente comigo. minha vontade era dizer: "cuidado, que nessa idade, se cair e quebrar, depois não cura mais". mas fiquei na minha. não ganhei nada tendo paciência. do contrário, perdi tempo fingindo ser educada e o gato da mesa da frente, que eu estava paquerando mesmo desde que cheguei, foi embora sem eu nem sequer ter chance de dizer um "oi".

terça-feira, 17 de junho de 2008

Apatia

To chateada. Se pudesse, ficaria só na minha caminha vendo TV. Mas não to chorosa, irritada ou puta da vida. A maior prova disso é que o Jotapê não ficou com um olho roxo, com o braço quebrado ou estéril depois daquele post. Eu dei o anel e ele pegou o braço todo, escrachando minha vida, minha intimidade (ou a falta dela) aqui no blog.

Mas querem saber? Que se foda! Não to nem ai. Por pouco o André não descobriu o blog outro dia, quando a minha amiga Jú soltou um comentário a respeito de um texto daqui na frente dele enquanto a gente tomava um lanche na cantina do hospital. A sorte (ou será azar?) foi que ele tava tão empolgado elogiando os dotes culinários da mamãezinha dele que nem prestou atenção. As vezes, eu acho que seria melhor que ele lesse tudo isso de uma vez, já que não tenho coragem de abrir o jogo sobre nossos problemas.

Nem tudo é perfeito. Na verdade, sei que é tolice pensar que as coisas seriam perfeitas, mas enfim, sou uma idiota sonhadora. Caiu a ficha de que um perfil de homem ideal (bonito, bem sucedido, gentil) pode ser uma grande arapuca, pois a gente não se prepara pelo que vem pela frente: no meu caso, uma sogra pentelhas e o pior, uma vida sexual morna.

sábado, 14 de junho de 2008

Men's Health

Estava tão concentrado - talvez deprimido, afinal era dia 12 e eu, primeira vez em muitos anos, estava sozinho - no trabalho que até me assustei ao me deparar com a visão daquele branco na minha frente. Era a Bia, que com aquele uniforme impecável bem que podia fazer propaganda de sabão em pó.

- Preciso falar com você. Na verdade, preciso de uma opinião masculina - ela disse, chamando a atenção dos outros caras do escritório.

- Ela falou UMA opinião - respondi, na direção deles.

Fomos tomar um café e escolhemos a mesinha do canto, apropriada para conversas íntimas.

- Sabe o que eu contei naquele post? Aconteceu de verdade! - ela falou, preocupada.

- E o que você quer que eu diga? Não estou mais a fim de levar bronca pela internet.

- Vai, deixa de frescura. O que você achou? Só escrevi pra saber se alguém já tinha passado por isso, mas ninguém comentou. Será que o problema é comigo?

- Espera aí, eu sempre deixo um comentário nos seus posts. E o problema não é com você, nem com ele, eu acho. Deve ter sido só um momento de fraqueza. Além do mais, vocês estavam em um restaurante, não é o lugar mais apropriado...

- Mas a moleza continuou! Inclusive no carro, quando começamos com os amassos.

- Bem, pode ter sido uma noite de fraqueza, o que também não chega a ser um absurdo.

- Mas não foi só nessa noite. Sempre que eu tenho uma oportunidade de conferir o estado dele, a situação é a mesma.

Olhei para ela sem saber muito o que dizer, mas não queria simplesmente queimar o filme do cara e estragar o começo de um namoro promissor. Tomei um gole grande de cáfé e continuei:

- Vocês já estão juntos há algum tempo, como é o desempenho dele?

- Não sei.

- Como assim, não sabe? Vocês nunca...

- Claro que já! Mas só uma vez, lá em Campos...

- Puxa, isso sim é preocupante. A média está pior do que minha. Mas era a Leandra quem me evitava, e não o contrário. E nós já tínhamos oito anos de namoro! Mas deixa isso pra lá e me conta: como foi dessa vez?

- Foi bem romântica. O chalé, os chocolates, o friozinho...

- Sei, sei... mas e ele, como foi?

- Ah... difícil dizer, foi legal. Tomamos uma garrafa de vinho naquela noite, e você sabe que quando eu bebo...

- Entendi.

- Então, estou me sentindo um lixo. Será que ele não sente tesão por mim?

- Bia, sinceramente não sei qual é a do doutor. Mas seja o que for, pode ter certeza de uma coisa: a culpa não é sua. Você é uma mulher linda e, com todo respeito, ou melhor, nem tanto, muito gostosa! Ainda mais com esse uniforme. Se eu estivesse no lugar do Machadão, pode ter certeza de que não perderia tempo para conferir o que você esconde por trás desse jaleco.

- Jotapê, você é um tarado!

- Tudo bem, eu me empolguei. Mas no seu atual estado, vou interpretar isso como um elogio...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

pra não dizer que não ganhei flores

a minha chefa tem seus momentos sargento, mas ela é legal.
ela é uma solteirona convicta, dessas workaholics, que levam o trabalho super a sério, dão bronca, exigem e tal. mas ela não é o tipo mal humorada. tem personalidade forte e tudo, se impõe, mas não é do tipo amarga, nem sapata. aliás, dizem q ela é devoradora de menininhos na internet. hehehe

e o engraçado é q ela chefia uma equipe q só tem meninas encalhadas a espera de um marinheiro valente que as tire do ancoradouro, entre elas, eu. nos momentos mais descontraídos, ela sempre tenta nos desiludir, fala pra gente sair por aí catando todos, enfim. ela é a favor de liberar geral.

qdo uma de nós chega no escritório reclamando que "fulano não ligou", ela dá risada da nossa inocência, escurraça com nossa imaturidade e sempre solta alguma frase cínica acabando mais ainda com nossas esperanças, o que dói, mas é engraçado..

mas ontem, dia dos namorados, ela resolveu fazer uma caridade um pouco na contra-mão de tudo o que ela diz, e foi o máximo. ela encomendou flores pra todas nós, que foram entregues no escritório, com um cartãozinho escrito: "Feliz daquele que for seu namorado". e contratou um moço lindo-lindo-lindo pra entregar. hahahahah

foi um verdadeiro frisson no escritório. até o moço se divertiu, entrou na brincadeira. mas ficou por isso mesmo, lógico.

e depois foi demais voltar pra casa andando na rua com aquele buquesão de flores, entrar no metrô com todo mundo achando q tem alguém muito brega e totalmente apaixonado por mim.

ai, ai!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Dieta frustrante

Ando meio atrapalhada com prazos e datas. Estou atrasada para postar aqui (sorry, Majozinha) e acabei comemorando o dia dos namorados ontem: o André está de plantão essa noite e eu não consegui mudar de jeito nenhum o meu plantão de amanhã. É aquele esquema de lei de Murph, sabem? Mesmo que o mundo esteja repleto de encalhadas, justamente as duas enfermeiras que poderiam trocar o dia 12 comigo têm namorado. Enfim, comemoramos ontem mesmo. Até ai tudo bem.

Comprei um vestido super legal e mega caro numa loja lá no Cidade Jardim. Fiquei pensando que a própria Carrie do “Sex and the City” o usaria. É meio verde escuro, pra Majô é azul petróleo, mas tudo bem. Deixando todos os meus complexos de lado, acho que eu tava bem legal. Gostosa, sexy e charmosa.

Fomos a um restaurante de foundi lá no Morumbi. Bem romântico. Trocamos presentes. Dei a jaqueta e ganhei uma pulseira de ouro, tipo um braceletezinho, super linda. Algumas taças de vinho depois eu comecei a tentar excitar o cara, falar umas bobagens sensuais, fazer caras e bocas. Até que soltei aquela que os caras geralmente amam: revelei que estava sem calcinha. Alguns beijinhos depois (coisa discreta, afinal a gente tava num restaurante), coloquei a mão lá e para a minha surpresa: estava mole! Achei estranho, mas ignorei.

Na hora de ir embora, eu louca para seguir pro motel, o André vem com essa: Ah, amor, to tão cansado.... Me deixou em casa e pronto, fiquei a ver navios. Ao mesmo tempo que tenho certeza que ele é hetero, as vezes ocorrem umas coisas estranhas com ele, tipo essa aí de ontem. Será que ele tem outra? Será que é por que não come carne?

sábado, 7 de junho de 2008

Alien x Predador

Eu realmente não sei como funciona essa história de relação com ex. Talvez agora que tenho uma ex eu venha a descobrir, mas não quero mais falar de ex, pelo menos não da minha. E como também não posso falar da Bia e do via..., quer dizer, namorado dela, só me resta contar um pouco sobre o meu irmão mais velho.

Sim, pode não parecer, mas o PH tem três anos a mais do que eu. Devo admitir que fiquei puto quando ele bateu na porta de casa com as malas na mão, nove meses atrás, dizendo que precisava de um lugar para ficar depois de levar um pé na bunda da garota com quem morava.

Mas agora, passada a dura fase de adaptação, posso dizer que até gosto da companhia dele, a não ser quando ele volta a se comportar como um moleque de 12 anos, o que acontece quase sempre.

- Gostou do papel de idiota que você fez com a Majô? - perguntei a ele.

- Você não entende nada sobre mulheres - ele disse. - A Maggi e eu sempre tivemos esse lance violento.

- Vocês namoraram na adolescência, pelo menos na adolescência dela! E dessa época ela guarda muito mais lembranças do filho do caseiro do que de você.

- E a Leandra, guarda mais lembranças de quem?

Quem me conhece sabe que sou um cara sossegado, mas não gosto que pisem no meu calo. E a provocação do PH foi um verdadeiro atropelamento.

Por isso, nem me surpreendi ao me pegar atirado no pescoço dele, no chão de sala, num golpe mais eficiente do que qualquer um dos que ele aprendeu agarrando outros homens na aula de jiu-jitsu.

Enquanto ainda lhe restava um pouco de ar, ele pediu desculpas. Depois de soltá-lo, eu fiz o mesmo. Ficamos nos encarando por um bom tempo calados, até quebrarmos o cluma com uma grande gargalhada.

Não sei porque ele riu, mas eu pensava em tudo o que passamos juntos nesses 24 anos de convivência. E concluí que o PH, assim como eu, é apenas um cara incompreendido. Se não ajudarmos um ao outro, quem é que vai?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

golpe dolorido

chego no apartamento do JP, mas quem atende é o PH.

- e ai? cadê o JP?
- tá no banho.
- não vai sair da minha frente?
- passa por cima.

olho com cara de tédio, mas ele não pega a mensagem. resolvo ultrapassar a barreira q ele fez com o braço na porta, mas o filho da mãe me segura, depois me derruba no chão enquanto esperneio e ele aplica o seu mais novo golpe q aprendeu no jiu-jitsu.

- presa fácil.
- me solta, seu viado. tá doeeeendo.
- quero ver vc sair dessa agora, Majozinha.

ele ri todo sádico, até q eu mordo forte o q eu consigo ver pela frente. primeiro, ele finge que não sente nada, depois me solta como um bebê chorão:

- poxa, isso não vale. que dentinho, hein?
- que imbecil, tá querendo provar oq? e pq vc tá de regata nesse frio? q ridículo.
- vc tá muito bravinha, majô. só tem encontrado meio-mastro por aí?
- rá-rá-rá! pelo menos eu saí da fase "porta".
- não entendi.
- deixa pra lá.

o PH é meu primeiro ex-namorado. mas pela amizade q tenho com o JP e com toda a família, acabou q não deixamos de ter contato. a época de estranhamento passou e, hoje, pra mim, o PH é como um irmão. um mala, mas um irmão.

outros namorados que tive também entraram para a lista de amizades. uns mais próximos, outros menos, umas amizades se confundiram e não deram certo, outras são legais ainda hoje. e são amizades mesmo, pq são caras legais, com quem a afinidade ainda permanece, existe afeto, respeito e um entendimento de que "já foi a nossa vez". mas não consigo ainda ter isso com o Anderson. e não sei se vou conseguir um dia ter. isso me incomoda, me machuca bastante. justo ele q eu conheci melhor, com quem eu dividi mais coisas. até o teto. não sei porque ele cultiva esse tabu. eu só queria poder ligar, dizer "oi, tudo bom?" ou "e aih, seu viadinho?" e ser bem recebida e ser interpretada da forma certa. só que não vejo nenhuma abertura. isso tá doendo mais q o tal do mata-leão q o PH me deu.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Amigos ou inimigos, eis a questão

Amizade é uma coisa engraçada. E não estou me referindo a todas aquelas coisas meigas que vivem nos mandando em e-mails no PowerPoint, quero tratar do lado negro da amizade. Amigos podem ser ciumentos, possessivos e até invejosos. E o pior: amigos de verdade são sinceros, não têm papas na língua e nos dizem o que pensam, muitas vezes nos magoando mais que os próprios inimigos.

Tenho passado por isso ultimamente. A Majô vive cobrando a minha presença e nunca reconhece o esforço que faço pra dividir meu tempo entre três empregos, família, namorado e ela. E ao invés de aproveitar nossos momentos juntas, ela passa metade do tempo brigando comigo, cobrando minha presença e me criticando, seja por causa do meu relacionamento chiclete ou da minha franja “mullet”, ou sei lá como ela chamou meu novo corte de cabelo.

Com o Jotapê, tem sido a mesma coisa. Por mais que eu me esforce para apoiá-lo e consolá-lo, ele sempre vem com duas pedras na mão. Se falo bem da Leandra, sou desnaturada; se falo mal, ele vem com aquela história do “não era bem assim”. Se o chamo pra festinhas, ele diz que não tá preparado; se alugo uns filmes, reclama que não quer ser tratado como doente. Mas o pior de tudo é ele me agredir pra se defender, tentar comparar o meu relacionamento com o dele e colocar defeitos no André o tempo todo sem ao menos dar a chance de conhecê-lo melhor. Essas coisas machucam demais. Eu tento relevar, pensar que ele não está bem, mas não estou agüentando mais.

Uma coisa é ouvir seus amigos dizerem duras verdades ou simplesmente o que pensam ser verdade na sua cara. Isso é foda, mas está no pacote da amizade. No entanto, o que tem mais me chateado ultimamente é eles exporem suas coisas, seus defeitos e traumas aqui no blog, pra todo mundo ver. Esses dois precisam entender que cada um tem seu tempo, nem tudo é público e tem várias maneiras de ser corajoso. Um conselho que eu sigo sempre é: nem tudo que é bom para mim é bom para os outros.