quarta-feira, 30 de abril de 2008

essa tal liberdade

parece que estou vendo um filme da minha própria vida quando escuto as histórias do Jotapê e da Leandra. meu último namoro também durou por um tempo longo, metade da história deles, quatro anos, mas também foi longo. eu e Anderson até chegamos a morar juntos. tivemos muitos momentos bons, grande parte acima da média. e é lógico que quando tudo acabou (isso faz quase um ano) foi muito dolorido, e ainda é. mas hoje vejo com um pouco mais de clareza que encerrar ali foi necessário. eu era e ainda sou jovem demais para ter algo tão sério com alguém.

hoje, eu tenho a minha casa, a minha rotina, as minhas coisas, as minhas contas para pagar, o meu tempo só pra mim e eu me viro muito bem nesse meu mundo, aproveito melhor a vida, coisa que antes eu jamais imaginava fazer. eu não era capaz de enxergar a minha existência sem ser a metade de um casal. estar fora disso, para mim, era o mesmo que não estar. mas forçadamente, ainda bem, hoje sei que ser uma só, decidir tudo por mim, não atrelar meu próximo passo ao do outro, enfim, entender o que é liberdade, pra mim tem sido a melhor experiência que vivi até agora.

liberdade pra quem é novinho (eu sou nova, mas não novinha) se confunde com zoação, ir pra onde quer, com quem quer, na hora que quer, voltar quando quer ou nem sequer voltar. até pouco tempo atrás eu achava que era isso também. é claro que em termos é, sim, mas na verdade é algo muito maior.

não quero dizer com isso que deva ser assim pra sempre, mas é importante que seja agora. não quero dizer com isso que saio por aí fazendo mil loucuras, mas me sinto à vontade para fazer as coisas dentro dos limites que eu mesma coloco. não quero dizer com isso indiretamente que o Jotapê deva terminar com a Leandra, mas declaradamente acho que ele deve refletir sobre isso. pra que hoje ele não se veja um velho na pele de novo, pra que amanhã não se veja um moleque na pele de um velho. pra que entenda primeiro o que é ser livre e só então possa juntar sua própria liberdade com a de outra pessoa. a Bia já sabe o que é isso. talvez seja a única de nós no ponto de saber.

ps. Bia, só não me caia na cilada de se apaixonar por um gay, hein? aliás, oq vc anda fazendo essa semana q nao blogou???

2 comentários:

Jotapê disse...

vc me deu algo pra pensar no feriado. mas nós já conversamos tanto sobre isso, né? foi assim qdo vc terminou com o PH e depois com o Anderson. E até agora com o meio-mastro. engraçado como é difícil pôr um ponto final nas coisas, mesmo qdo elas não vão bem.

Deborah Leão disse...

Majô, sei muito bem como é essa sensação de estar solta, incompleta, e ter que se reencontrar. Talvez seja o maior aprendizado: somos inteiras por nós mesmas, e o encontro do outro não é o encontro de uma metade faltante.

Liberdade é respeitar o próprio desejo, sem ser por ele subjugadas. Que bom que você está aprendendo a ser livre. Um dia, eu também chego lá.