quinta-feira, 29 de maio de 2008

papéis invertidos

quando a gente entra numa espiral de bizarrices é difícil sair. e porque eu sou teimosa, e porque não me controlo, despenquei de novo até a fazenda da minha madrinha no feriadão passado, mesmo sabendo que os meus primos não iriam e que ela tinha uns assuntos pra resolver e não me daria muita atenção. fui com a desculpa de descansar, cavalgar, mas na verdade com a intenção de rever o filho do caseiro. mas pro meu azar (ou sorte, ou praga da Bia) ele não estava lá. ele pediu uma folguinha pra ir com a família visitar sei lá quem e a minha madrinha deu. cruzes! foi fazer oq? foi trocar um porco por uma enxada?

na minha cabeça, como tudo gira em torno de mim, lógico que ele não estava lá porque descobriu que eu iria e não quis me encarar - era o que eu tentava acreditar para me sentir talvez um pouco mais importante. e por causa disso entrei num parafuso danado, me sentindo um nada, rejeitada, sem minha prima pra conversar, desabafar, chorar as pitangas, sem ao menos um shopping pra eu comprar uma bota nova e dar uns chutes no ar com ela, fiquei literalmente a ver navios nuns dias irritantemente lindos, de céu azul, porém inúteis e sem sentido pra mim.

me restou a Darlene, cozinheira de lá há anos q conheço desde criança. ela adora ouvir rádio AM enquanto cozinha e conta sobre a vida dos outros. o papo tava bom, mas o som já tava me irritando quando, eis que toca uma música sertaneja que, desculpa, Jotapê, me fez lembrar de você, da sua situação com a Leandra, e por um momento eu ri. minto, eu ri até q bastantinho, de tanto q a letra se encaixa na história. porém, não sei porque, quando a música foi chegando no finzinho, acho q me senti culpada por um monte de coisa, inclusive de ter rido do Jotapê e de nao estar aqui nem pra dar uma força a ele, mas principalmente por estar ali no fim do mundo para representar justamente o papel inverso, um papel besta, egoísta, abominável e ingrato de ser "a outra", e eu entrei num surto ridículo de choro sem parar. "eu te entendo, filha. eu te entendo", consolava a Darlene sem fazer a menor idéia (espero, aiaiai) do que estava acontecendo. "come um doce q passa"

Eis a tal música:

De igual pra igual, Matogrosso e Mathias

4 comentários:

Anônimo disse...

Talvez o pior de tudo tenha sido o doce, que provavelmente foi direto pro seu culote. O resto vc supera, amiga. tenho certeza.

Jotapê disse...

Muito engraçado... mas vc acertou, essa era uma das favoritas da Leandra.

Mas a q ela mais gosta é aquela: "Num cantinho rabiscado no verso, ela disse meu amor eu confesso, estou casando mas o grande amor da minha vida é você..."

Spike disse...

Hahaha! Como diria minha chefe: Dois minutos na boca, 2 anos na cintura! hehehe!

Quanto à Darlene saber de alguma coisa, e provável, bem provável. Se tem uma coisa que as novelas representam bem são as fofocas da roça! mas relaxa... logo você encontra a rosca do seu parafuso... ou vice-versa.

Anônimo disse...

obrigada por lembrar, bia

jotape, ainda bem q vc se livrou dessa brega

xerxes, nao me bota medo!!!