Aqui estou eu, sozinho, depois de oito anos de namoro. Estava certo de que, em algum momento, a Leandra me ligaria, como costumava fazer quando brigávamos. Mas nada. De qualquer modo, não tem mais volta, nem teria se ela ligasse, eu acho.
Não sei, a sensação que sinto deve ser a mesma do cara que pisou na lua pela primeira vez - depois de uns cinco minutos. Eu imagino o austronauta lá, naquele lugar vazio imenso e sem porra nenhuma pra fazer. Pois bem, meu coração é a lua... (putz, essa foi pior que o clipe da Majô).
Sim, todos nós temos o nosso pé no brega. A própria Majô nunca se conformou pelo fato de eu gostar de uma garota que gosta de música sertaneja. Ela tem razão, até certo ponto. Foi mesmo um sacrifício enorme ter de levar a Leandra pro rodeio de Barretos. E duas vezes! Quase fui expulso d'Os Lanternas por essa heresia. Se soubesse, teria mandado ela ir com o filho da puta do baterista...
Mas eu aprendi que as coisas funcionam assim mesmo. Você acaba se apegando justamente às imperfeições da pessoa, e não às qualidades dela. No final do namoro, Leandra e eu quase nem transávamos mais, mas agora só de lembrar daqueles peitos meio caidinhos dela sinto um puta tesão.
Agora, a Majô e a Bia vêm com esse papo de me levar a festas e conhecer novas pessoas, o que eu sinceramente agradeço. Só não sei se ainda estou preparado para isso. Quer dizer, será que dá pra imaginar como vai ser estranho ficar com outra garota depois de tanto tempo? Não que eu não queira, só não sei como vai ser, o que fazer e como reagir. E a garota, naturalmente, não tem nada a ver com a minha piração.
- Isso aí não é piração. É medo. Você é um puta medroso, Jotapê! - acusou a Bia.
Talvez você tenha razão, mas pelo menos tenho coragem suficiente para expor isso aqui, no blog. Será que você também vai fazer o mesmo com o doutor machão? Ele parece bem apressado em te apresentar para a mamãe dele, agora e para "fazer" papai-e-mamãe, hein?