sábado, 31 de maio de 2008

O que sobrou do céu

Aqui estou eu, sozinho, depois de oito anos de namoro. Estava certo de que, em algum momento, a Leandra me ligaria, como costumava fazer quando brigávamos. Mas nada. De qualquer modo, não tem mais volta, nem teria se ela ligasse, eu acho.

Não sei, a sensação que sinto deve ser a mesma do cara que pisou na lua pela primeira vez - depois de uns cinco minutos. Eu imagino o austronauta lá, naquele lugar vazio imenso e sem porra nenhuma pra fazer. Pois bem, meu coração é a lua... (putz, essa foi pior que o clipe da Majô).

Sim, todos nós temos o nosso pé no brega. A própria Majô nunca se conformou pelo fato de eu gostar de uma garota que gosta de música sertaneja. Ela tem razão, até certo ponto. Foi mesmo um sacrifício enorme ter de levar a Leandra pro rodeio de Barretos. E duas vezes! Quase fui expulso d'Os Lanternas por essa heresia. Se soubesse, teria mandado ela ir com o filho da puta do baterista...

Mas eu aprendi que as coisas funcionam assim mesmo. Você acaba se apegando justamente às imperfeições da pessoa, e não às qualidades dela. No final do namoro, Leandra e eu quase nem transávamos mais, mas agora só de lembrar daqueles peitos meio caidinhos dela sinto um puta tesão.

Agora, a Majô e a Bia vêm com esse papo de me levar a festas e conhecer novas pessoas, o que eu sinceramente agradeço. Só não sei se ainda estou preparado para isso. Quer dizer, será que dá pra imaginar como vai ser estranho ficar com outra garota depois de tanto tempo? Não que eu não queira, só não sei como vai ser, o que fazer e como reagir. E a garota, naturalmente, não tem nada a ver com a minha piração.

- Isso aí não é piração. É medo. Você é um puta medroso, Jotapê! - acusou a Bia.

Talvez você tenha razão, mas pelo menos tenho coragem suficiente para expor isso aqui, no blog. Será que você também vai fazer o mesmo com o doutor machão? Ele parece bem apressado em te apresentar para a mamãe dele, agora e para "fazer" papai-e-mamãe, hein?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

papéis invertidos

quando a gente entra numa espiral de bizarrices é difícil sair. e porque eu sou teimosa, e porque não me controlo, despenquei de novo até a fazenda da minha madrinha no feriadão passado, mesmo sabendo que os meus primos não iriam e que ela tinha uns assuntos pra resolver e não me daria muita atenção. fui com a desculpa de descansar, cavalgar, mas na verdade com a intenção de rever o filho do caseiro. mas pro meu azar (ou sorte, ou praga da Bia) ele não estava lá. ele pediu uma folguinha pra ir com a família visitar sei lá quem e a minha madrinha deu. cruzes! foi fazer oq? foi trocar um porco por uma enxada?

na minha cabeça, como tudo gira em torno de mim, lógico que ele não estava lá porque descobriu que eu iria e não quis me encarar - era o que eu tentava acreditar para me sentir talvez um pouco mais importante. e por causa disso entrei num parafuso danado, me sentindo um nada, rejeitada, sem minha prima pra conversar, desabafar, chorar as pitangas, sem ao menos um shopping pra eu comprar uma bota nova e dar uns chutes no ar com ela, fiquei literalmente a ver navios nuns dias irritantemente lindos, de céu azul, porém inúteis e sem sentido pra mim.

me restou a Darlene, cozinheira de lá há anos q conheço desde criança. ela adora ouvir rádio AM enquanto cozinha e conta sobre a vida dos outros. o papo tava bom, mas o som já tava me irritando quando, eis que toca uma música sertaneja que, desculpa, Jotapê, me fez lembrar de você, da sua situação com a Leandra, e por um momento eu ri. minto, eu ri até q bastantinho, de tanto q a letra se encaixa na história. porém, não sei porque, quando a música foi chegando no finzinho, acho q me senti culpada por um monte de coisa, inclusive de ter rido do Jotapê e de nao estar aqui nem pra dar uma força a ele, mas principalmente por estar ali no fim do mundo para representar justamente o papel inverso, um papel besta, egoísta, abominável e ingrato de ser "a outra", e eu entrei num surto ridículo de choro sem parar. "eu te entendo, filha. eu te entendo", consolava a Darlene sem fazer a menor idéia (espero, aiaiai) do que estava acontecendo. "come um doce q passa"

Eis a tal música:

De igual pra igual, Matogrosso e Mathias

terça-feira, 27 de maio de 2008

É apenas uma data comercial

Sim, estou apaixonada. Sim, estou feliz como nunca estive. E daí? Isso não me torna culpada pelo fato de meus amigos estarem na merda e também não me faz trepudiar sobre a desgraça alheia. Fiquei triste pelo coração partido do Jotapê, mesmo que venha no reboque de anos de um namoro “nada a ver”. Também odeio o fato da Majô não ter desencanado de um peão que mal fala português e não está nem ai pra ela. Mas não consigo impedir que eles vejam meus olhos brilhando. Eu gostaria, mas não consigo. Há tempos parei de contar meu “bla bla bla romântico” (como o Jotapê descreveu) porque sei que é ruim ficar ouvindo historinhas alegres de casaizinhos apaixonados quando você está na pior. Já passei por isso. Outra coisa que eu gostaria de banir do mundo pra poupar meus amigos são essas propagandas referentes a 12 de junho. Outro dia uma amiga minha, solteira obviamente, me contou que mandou a operadora de telemarketing da Vivo à merda quando a mulher começou a falar que de um excelente plano de celular chamado “Dia dos Namorados”. No entanto, ao mesmo tempo, não sei como lidar com o fato da Majô achar o presente do André no meu carro, ou com o Jotapê escutando meu celular apitar com mensagens do meu namorado enquanto a gente toma um café na cantina do hospital.

Mas enfim, apesar de eu estar amando e viver sonhando com aqueles olhinhos puxados do André, preciso dizer que nem tudo tem sido um mar de rosas. Sábado, o encontro com a dona Irene, a mãe dele, foi um total desastre. Resumindo: ela é uma grã fina metida à besta. Olha o elogio escroto que ela me fez, se é que isso é um elogio: “Essa sua calça até que é bonita apesar de eu não conhecer a marca, embora destaque um pouquinho os seus quadris”. Vaca. Sou mulher de verdade, trabalho pra cacete e não tenho tempo nem duas empregadas pra ficar fazendo academia o dia inteiro e colocando botox. Ah, a boca dela, a propósito, ta pior que a da Marta Suplicy. Ta praticamente a Marge Simpson.

sábado, 24 de maio de 2008

Down em Mim - parte II

...Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não é isso que diz aquele velho deitado, Bia? Quando a Majô decidiu criar o Tomebota, nossa amiga enfermeira era uma das mais animadas. Claro, ela não tinha nada a perder. Mas agora que se diz apaixonada (uma paixão platônica, na minha opinião) pelo médico mais manjado do hospital, ela reluta em escancarar aqui suas historinhas...

...Enquanto isso, a Majô me chama de bolha. Vejam só, logo a Majô, que se diz tão "pra frentex" e descolada, acaba sempre perdendo a cabeça (e outras coisas também) por tipos bem piores que bolhas...

...Por que estou agredindo as minhas amigas? Não sei, acho que foi uma forma de dizer que todos temos as nossas fraquezas. Foi assim com Leandra. A culpa foi minha, eu admito. Realmente, não tive noção do ridículo. Tudo bem, pode atirar a primeira pedra quem tiver coragem...

...Não, eu não tive culpa por não perceber que Leandra havia me chifrado com o baterista da minha quase famosa banda da faculdade. Nem mesmo quando ela confessou, naquela mesma fatídica noite de sexta-feira, nua na minha frente, que além dele havia dado para outro cara, e há bem menos tempo...

- O quê? O Edmilson? Puta que pariu, aquele idiota do cursinho pro exame da ordem?

- Eu sei, dessa eu me arrependo até hoje. E o pior é que ele passou e eu não...

- Você não entende o quanto você foi filha da puta, Leandra?

- Olha, eu sempre imaginei que você tivesse os seus casos por aí. Eu nunca quis saber de nada, e achei que você pensasse o mesmo. Além do mais, o nosso namoro estava gelado há muito tempo, você escreveu isso até naquele seu blog ridículo.

- Tem razão. A culpa não é sua. Talvez a gente possa recomeçar tudo e...

- Não, João Pedro. Isso seria humilhação demais até pra você, não acha?

- Eu não me importo com o que os outros pensam.

- Mas eu me importo com o que eu penso. Você é um cara legal, bonito, talentoso, mas se tornou uma outra pessoa de uns tempos pra cá. Acho que a culpa foi minha mesmo, mas eu sou assim. Quero um cara certinho, com um emprego fixo, plano de saúde, cesta básica...

- E eu não sou esse cara?

- Não, eu quis te transformar nesse cara, o que não foi certo, eu sei. Só não venha me culpar por ter transado com outros caras durante o nosso namoro. Eu pensei que a gente fosse se casar, ter filhos, eu precisava ter outras experiências.

- Sim, mas agora que você já teve essas experiências, nós podemos ficar juntos, de verdade.

- Não, queridão. Eu não quero mais, não entendeu? Um dia você vai me agradecer por isso.

Pois bem, não quero esperar nem mais um minuto, porque isso está entupido na minha garganta: obrigado, Leandra.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

abstinência

oco, oco, oco.
falta alguma coisa.
faltam várias.
nao sei por que estou postando. nao tenho nada a dizer mesmo.
acho q estou postando só para preencher o vazio.
meu, do blog, da falta do que fazer, da ausencia da Bia.
mas de que adianta preencher um vazio com nada?
alarga mais ainda o buraco.
e a gente vê um amplo panorama de ausencia geral.
kd a Leandra q a gente adora falar mal?
kd o pau?
só tem oco, vazio, ausencia, falta, zero, nada, sem.
nem comentários têm.
nem consolo.
nem nada.

sábado, 17 de maio de 2008

Down em min - parte I

Sábado, 17 de maio, 9h30 da manhã.

O telefone toca:

- Onde você está? - Era a Majô.

- Como assim, onde eu estou? Não sabe pra onde ligou?

- Quero dizer, cadê o seu post no blog?

- Ah, é isso... Não estou a fim de escrever nada.

- Sai dessa, amigo! Vai ficar assim, sem fazer nada, até quando?

- Eu estou bem, Marjorita. Trabalhando, dormindo, comendo, curtindo a minha vidinha de solteiro...

- Acorda, Jotapê! Você não tem vidinha de solteiro. Nem de solteiro nem de namorado da Leandra. Acabou!

Ela tinha razão. Tudo o que eu fazia desde a sexta-feira passada era esperar o chamado do telefone. E não exatamente por uma ligação da Majô...

 

Sexta-feira, 9 de maio, 9h30 da noite

Alguém bate à porta:

- Oi, queridão - diz a voz de Leandra, do outro lado.

Foi PH, meu irmão, quem atendeu. Ela o cumprimentou com falsidade (Leandra odeia o PH) e tratou logo de me puxar para o quarto. Leandra e eu quase não nos encontramos nos últimos tempos, e recentemente ela parecia interessada apenas em transar e mais nada.

Mas do que eu estava reclamando, afinal? Esse não era o sonho de qualquer homem? Provavelmente, sim, se eu não a conhecesse o suficiente para saber que havia algo errado. Ainda mais depois dos mais de quatro meses que ela me deixou na saudade.

Mal fechei a porta do quarto e ela começou a tirar a roupa. Depois veio pra cima de mim. Estava um pouco acima do peso, a Leandra, mas nada que me fizesse perder o interesse por ela ou mesmo me deixar a meio mastro ou coisa do tipo.

- Espere aí, não vamos começar com isso de novo. Não sem antes a gente conversar a sério. O que há de errado? Você não é assim - eu disse.

- Nem você. Vai negar fogo, agora?

- Não é isso, você sabe.

- Vamos lá, João Pedro. Desembucha! O que você quer que eu diga?

- Você sabe. Eu sei que está me escondendo algo...

- Ora, deixe de ser ridículo! Quer que eu confesse o quê? Que dei uns beijos no Gaguinho na época da banda? Todo mundo sabe disso, inclusive as suas amiginhas "Tomebota"!

- C-Como? - gaguejei, involuntariamente. - Você ficou com aquele baterista idiota enquanto a gente namorava?

- João Pedro, eu namoro com você desde que eu me conheço por gente. E eu não fiquei com ele, não. Eu DEI pra ele! Exatamente o que estou tentando fazer agora com você, aqui, pelada! Será que dá pra esquecer isso de uma vez e tirar essa roupa também?

 

Sabado, dia 17 de maio, fim de tarde.

Tudo bem, confissões demais pra um dia só. Querem saber, até agora não doeu relembrar o que aconteceu. Será que estou curado?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

o que nos resta é uma festinha

meu deeeeuusss!!! qta turbulência.

depois da notícia de q JP e Leandra terminaram, eu queria falar a sós com a Bia, pra saber como a gente ia poder ajudar nosso amigo. mas quem disse q eu encontrava essa mulher? acabou q a gente conseguiu almoçar juntas rapidinho na segunda. mas quem disse q falamos do JP? Ela resolveu me dar uma bronca atrasada por causa da minha recaída com o filho do caseiro. ela falou tanto no meu ouvido q não consegui me defender e lá se foi nossa hora de almoço.

mas agora eu vou dizer tudo, tá? Bia, entenda o seguinte: eu sei q ele já me fez sofrer demais. mas ele foi o meu primeiro amor. qtas vezes preciso te explicar isso? aquela coisa bonita e inevitável de criança aprontona, a gente se encontrando todas as férias, passando dias inteiros juntos, brincando no mato faz parte da minha história. primeiro beijo, primeira transa. deu no q deu. até hj qdo encontro com ele, eu estremeço. mesmo sabendo q ele leva uma vida q jamais vou acompanhar. e q eu levo uma vida q jamais ele vai acompanhar. mesmo sabendo q hj ele já está casado, com filhos e feliz (droga!). é feio me deixar levar por esse sentimento, passar por cima de um monte de coisas. é um sentimento egoísta e canalha. mas eu estremeço qdo encontro com ele. eu brinco, mas nao consigo de verdade achar q ele é apenas o filho do caseiro.

falhei ao ter a minha recaída. eu sei. mas confesso q ainda penso e sonho com ele. muito. e estou com uma puta vontade de voltar lá no próximo feriado pra repetir tudo o q fizemos e gritar pra todo mundo, pra pato, pra ganso, pras galinhas e a fazenda inteira, acordar minha madrinha, os vizinhos gritando "filho do caseiro, eu sempre vou te amar!!!". ok, isso é ridículo e vc já tirou da minha cabeça. até falou q parece história de novela B. ha-ha. senti vontade de te lembrar q não sou eu q tenho nome de revistinha erótica.

mas eu sou impulsiva e esse tipo de coisa é muito, muitíssimo tentador pra mim. daí vc vem me consolar dizendo q vai ter uma festinha, q eu posso conhecer alguém legal. chego à dura conclusao de q tudo q me resta mesmo agora é ir com vc e com o JP pra uma festinha. mas não vai ser pra paquerar ninguém, vai ser pra beber até cair. q merda, eu queria mesmo era o filho do caseiro pra mim. mas tudo bem, no fim, a gente sabe, a gente sempre acha algum motivo pra rir nessas horas, nem q seja de nós mesmos (pensando bem gostar do filho do caseiro por si só já deve ser motivo de piada pra algumas pessoas). mas sinceramente, eu preferia era rir dos outros.

e q venha a festinha!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Vícios, prazeres ou soluções?

Café, coca-cola, chocolate, citalopram, sibutramina, fluoxetina (o bom e velho Prozac), maconha, sexo, bala mentos, cutucar a unha encravada. Coisas que já me fizeram ficar acordada, feliz, calma, sossegada, sem fome. Muitas vezes supriram minha necessidade de afeto e aconchego. Embora esteja numa fase feliz e magra “dentro do biótipo pêra herdado na minha mãe”, essa semana andei puxando pela minha memória algo que poderia fazer por mim mesma, pelo meu corpo e alma, e não encontrei a resposta numa barra da Nestlé, na rapidinha com o André ou na Starbucks. Acho que preciso de sono, de cama, do meu endredom. Vou tentar isso e depois aviso se deu certo. Fiz uma confusão com os meus plantões e acabei pegando noturnos nos três empregos na última semana. Espero bons sonhos.

sábado, 10 de maio de 2008

E eu não sei parar...

É isso aí, como diriam Ana Carolina e Seu Jorge e a canção do filme Closer. Leandra e eu terminamos o namoro. Quer dizer, tecnicamente foi ela quem terminou, no final. Majô e Bia já sabem da história, pelo menos o que consegui contar. Não sei se terei coragem de reproduzir aqui tudo o que aconteceu. Eu sei, quando começamos este blog sabia que o trato era escancarar as nossas intimidades. Mas acho que tudo tem limite. Não sei até que ponto consigo rir de mim mesmo. Preciso de pelo menos mais uma semana para pôr a cabeça no lugar, sem trocadilho.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

cavalos e homens

caramba, como eu estava com saudades do Pacato! eu não sabia q era tanta saudade até montar nele todos os dias desse feriadão. fiquei até assada. kkkk calma gente, Pacato é o cavalo que a minha madrinha me deu qdo eu era pequena. ele fica lá na fazenda dela. fazia tempo q eu não ia e resolvi aproveitar a folguinha do feriado para relaxar no meio do mato. foi bom, revi minha madrinha e os primos Érika e Bruno, comi doce de abóbora, vaca atolada, chupei laranja no pé, dormi com estrelas, acordei com passarinhos, enfim, renasci.

a outra parte boa: tirei a zica. a Bia e o Jotapê vão me matar mas, sim, eu tive uma recaída com o filho do caseiro, o Nilson (malditos nomes com o final son!). depois de anos sem vê-lo, fui buscar o Pacato no estábulo e quem encontro? O próprio. ele estava cuidando justamente do meu cavalo. lindo e forte como nunca. desculpa, não resisti. deu um pouco de trabalho dar umas sumidas, fazer tudo escondido, mas acho que ninguém desconfiou. mesmo pq o que não falta naquela fazenda é lugar pra se esconder. ai, minha infância!

o duro foi ter q ouvir depois de tudo isso o comentário:

- continua uma potranca!

ai, a frase está tilintando até agora na minha cabeça...
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Tá, vcs podem falar oq quiserem, q eu sou fraca, q não devia, q ele é canalha, mas só pensei q eu tenho direito de um trato. Depois de uma experiência frustradérrima com o intelectualóide, eu tinha q tirar o atraso com um cara, digamos, mais macho. e, devo dizer, a diferença é gritante. depois dessa prova dos 9, passei a ser adepta da tese de que desempenho sexual e intelecto têm relações inversamente proporcionais.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Entre a felicidade e o desespero

Surtei. Admito que surtei. A garota solteira de 28 anos que nunca, nunquinha, tenha surtado pelo mesmo motivo que eu, pode atirar a primeira pedra. E não venham com essa história de “essa tal de liberdade” porque ninguém vive em êxtase sete dias por semana.

Surtei, caros amigos, porque tive medo que a minha felicidade terminasse. Tive não, tenho medo que o André descubra esse blog, minhas inseguranças, meus defeitos, minhas cagadas (e a dos meus amigos), e a nossa história termine por aqui. Faz tempo que não me sinto tão feliz como nos últimos dias e se não escrevi aqui na semana passada, não foi porque estava trabalhando ou puta com o JP, foi porque estava em outra dimensão, onde o amor vive no ar.

Resumindo a história: acumulei alguns plantões nas duas últimas semanas para conseguir folgar no feriadão de 1º de maio e poder passar três dias em Campos do Jordão com o André.

Depois daquele almoço meio estabanado e da seqüência de desencontros, as coisas começaram a entrar em sintonia entre a gente. Se eu entendesse de astrologia diria que nossas luas se cruzaram em Vênus ou alguma bosta do gênero, mas enfim, nossos plantões começaram a bater e o clima a esquentar. Saímos numa quarta e rolou o primeiro beijo na hora da despedida. Saímos outras quatro vezes (contando um almoço em um japa). Daí então veio o convite pra viagem, acho que ele sacou que eu era um tanto regulada e quis dar o cheque-mate. Funcionou. No friozinho de Campos, depois de duas garrafas de vinho, não resisti e liberei geral.

Tudo bem, estou apaixonada. Ele foi meigo demais. Choveu na quinta e na sexta e a gente ficou direto no chalé, assistindo aos DVDs que levamos, jogando buraco, comendo e vocês podem imaginar o resto. No sábado, nosso último dia lá, a chuva deu uma trégua e passeamos pela cidade. Aquelas coisas de sempre, comprar malhas, andar no teleférico e aproveitei pra provar um foundie de chocolate individual, custa só R$ 12 e você escolhe duas frutas para acompanhar. Uma delícia, como tudo no feriadão, ou quase tudo.

Um pouco antes de vir embora, sei lá, comecei a achar que estava tudo perfeito demais pra ser verdade e que aquela alegria ia acabar logo. Fiquei imaginando o André não me ligando mais, não respondendo os meus telefonemas e simplesmente desaparecendo. Fiquei quieta e o André começou a insistir naquela perguntinha mala “O que é que você tem?”. Até eu responder que estava com cólica (impressionante como os caras sempre acreditam nessa). Daí eu lembrei do tomebota, do post do JP questionando a sexualidade do André e dele me falando de como valoriza a sinceridade numa relação... Paramos no Frango Assado da Carvalho Pinto. Do banheiro, liguei para o JP e descarreguei todo o meu medo. Ao invés de me acalmar, ele ficou tocando o terror, dizendo que eu estava gritando e que o hospital todo ia ouvir – só pra se fazer de coitadinho e lembrar que estava trabalhando num sábado (coisa que os almofadinhas do administrativo fazem uma vez a cada século). Enfim, e meio-hora depois escreveu tudo no blog.

Foi isso que aconteceu. Não quero abandonar o blog, não estou mais tão surtada, mas continuo com medo. Preciso contar sobre o tomebota pro André e não sei como. A Majô acha que to fazendo tempestade em copo d’água e que perto de ser “comedor de alface” isso aqui é fichinha. Talvez eu até esteja exagerando, mas entendam, não é todo dia que a felicidade bate a nossa porta e a gente encontra um cara legal. E se o ortopedista partir meu coração? Quem vai consertar?

sábado, 3 de maio de 2008

Volta, Bia

- Jotapê, seu filho de uma puta!

- Espera, o que foi?

- Eu vou te matar, seu filho da puta!

- Olha, assim você me ofende...

- Quem te autorizou a escrever aquelas coisas sobre o André no blog, seu filho da puta?!

- Ah, é isso?

- Vai tomar no seu cu! Você e aquela puta da Marjorie, que teve essa idéia idiota de Tomebota!

- Espera aí, mais um palavrão e o resto da ala dos cardíacos vai embora...

- Ninguém tem nada a ver com a minha vida. E se ele descobre essa droga?

- Não sabia que você tinha se ofendido. Até postou um comentário...

- Chega, estou fora dessa merda!

Recapitulando...

Está certo, eu deveria ter avisado a Bia que iria escrever sobre a minha consulta com o dr. Machado, o pretendente dela. Eu bem que tentei, mas não consegui falar com ela no celular nem nos encontramos antes da minha vez de atualizar o blog.

- Chega digo eu! O trato era justamente que nós falássemos sem pudores sobre os nossos relacionamentos, não? E até agora só eu que me fodi nessa história. Ou quer que eu te relembre da greve de sexo e da pulga atrás da orelha que estou com a Leandra?

- Atrás da orelha? Você não quer dizer na testa, não?

- Você sabe ser engraçada quando lhe convém...

- Não estou sendo engraçada. Jotapê, deixa de ser idiota e abre os olhos, a Leandra já tentou confessar de todos os modos que te botou um par de chifres. É só você que não quer ver! Aliás, bem típico...

- Espere aí! Você por acaso sabe de algo que eu não sei?

- Eu? Olha aqui... não vem com essa, não! Já está querendo mudar de assunto, e eu não tenho nada a ver com isso!

Não teve jeito de arrancar nada dela. Nem de convencê-la a voltar para o blog. Pois bem, Bianca, este espaço está aberto para você. Se tiver algo a dizer, e você sabe que tem, acho bom voltar a escrever, e logo!