domingo, 16 de março de 2008

Trabalho forçado

A Majô não podia me deixar em paz, nem pra escrever um maldito blog. Eu tinha que escrever também, ela insistia. Seremos nós três: primeiro eu, depois você, depois a Bia. Depois eu, depois você e depois a Bia. Depois...

- Acho que entendi – falei. – Mas não estou a fim, já estou cheio de coisas pra fazer.
- Você só enrola e nunca faz nada, você sabe.
- Mas um blog é algo muito pessoal, o que eu vou fazer no meio das coisas de vocês duas?
- Isso mesmo, você vai ficar lá, no meio. Qualquer um no seu lugar acharia o máximo.
- É, mas a Leandra não vai gostar nada...
- Ah, eu sabia! Sabia que tinha a ver com ela. Jotapê, deixa de ser bunda mole!
- Não vou. Quer dizer, eu não sou bunda mole. Você é quem precisa deixar essa birra com a Leandra de lado. Raciocina: eu e vocês duas, num blog, não dá certo. É uma questão de bom senso.
- "Questão de bom senso", isso é bem típico dela e de propaganda de cigarro. Depois tanto tempo juntos você nem tem mais pensamento próprio.
- É claro que eu tenho!
- Então prova! Taí o blog pra isso.

Ela sabia como argumentar. Ou eu não sabia. Ou sei lá, as mulheres sempre me dominaram, e aqui, pelo jeito, não vai ser diferente. Mas vamos lá. No fundo eu gosto disso.

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